NEPAL

O Nepal ( नेपाल), oficialmente a República Democrática Federal do Nepal, localizado nos Himalaias, é limitado a norte pela República Popular da China, e ao sul, leste e oeste pela República da Índia.

Com uma população de aproximadamente 30 milhões, o Nepal é o 41º país mais populoso do mundo. Kathmandu é a capital da nação e maior cidade do país.





1. DELHI A SOUNALI (Índia)

O Nepal é um país bastante isolado, apesar de relativamente fácil de aceder por ar, pois há cerca de 50 aeroportos no Nepal (li algures mas não sei se acredito... ahha). Apesar de teoricamente ser fácil de aceder por ar o que até seria prático, achei que não tinha grande mística, e perder a mística não é o meu estilo... além disso a minha passagem pelo Nepal na prática consistiria em visitar apenas a Kathmandu de onde partiria para atravessar os Himalaias em direcção a Lhasa e pensei que indo para Kathmandu por terra ia ver um pouco mais do país. Por outro lado, não tinha tido tempo para preparar nada da viagem e achei que esta seria a forma mais simples pois daria para ajustar os meus planos às circunstâncias... Agora ir para Katmandhu por terra via Delhi... não foi tarefa fácil eheh só o terreno montanhoso no norte de dois terços do Nepal torna a construção de estradas e outras infra-estruturas complexas e dispendiosas. Em 2003, por exemplo, havia apenas cerca de 8.500 km de estradas pavimentadas e uma linha férrea de 59 km ao sul, isto num país com 147,181 km2. Existe apenas uma via rodoviária de confiança da Índia para o Vale de Katmandu semtransportes regulres e percorrê-la não foi exactamente a "walk in the park" ehehe

Mas tudo começou com a chegada a Delhi, de onde partiria para Kathmandu, e onde passei um dia a aguardar a confirmação do meu visto para entrar no Tibete. Pois para entrar no Tibete, é preciso uma série de formalidades especiais e eu não queria pôr-me a caminho sem algumas certezas...

Irei falar de Delhi quando falar da Índia mas uma vez que este foi o meu ponto de partida para o Nepal, tenho de contar já alguma coisa... digamos apenas que o que vi de Delhi nesse primeiro dia me assustou um bocado, e eu até nem sou de sustos ehehe eu já tive em imensos países mas a primeira impressão foi que a Índia era imunda... até me questionei se seria eu que estava diferente, afinal já tendo visitado países na ásia e áfrica e mesmo américa sul/central, já devia estar mais habituada, pensei que talvez fosse por ter chegado directamente da Europa para o caos... sim, caos, porque armada em esperta dirigi-me do aeroporto à zona central da cidade e achei que ia encontrar nada menos que uma trafalgar square cheia de quiosques de informação a turistas... nada disso... e apesar de estar no centro que deve ser uma rotunda com uns 500m de diâmetro cheia de ruas concêntricas, meia perdida (mas sem saber) acabei por ir ter a uma zona das mais degradadas... achei que se aquilo era a principal praça de Delhi estava mal ehhehe...

Mas a aventura do primeiro dia não acabou ali, em busca de uma internet fui parar a uma agência onde me queriam convencer a ir para Kashmira, que é muito de ir... mas eu queria ir para o Tibete... ehheeh depois de recusar 500 propostas em que já só faltava pagarem-me para ir, e nem sei se essa não foi uma delas eheh, lá me ajudaram a tratar do que precisava, nomeadamente um cartão de telemóvel local... um dos empregados que trabalhava na agência, ou um amigo deles, nem sei bem, na Índia de certa forma todos trabalham para todos e os turistas são sempre um foco de interesse... bem esse rapaz disse-me que me ia mostrar onde comprar o cartão, deixei as minhas coisas na agência e lá fomos... claro o caminho deve ter demorado umas 2h, já estava para o matar hehe em especia quado ainda quis passar num sitio onde estavam uma série de estrangeiros para tomarmos um chá gelado, e eu a querer despachar-me!ehheh

Assim que tive a resposta do visto, que era uma não resposta, decidi, mesmo assim sem certezas, pôr-me a caminho, os comboios para a fronteira eram escassos e tinha um em breve que era o último do dia, o próximo, com sorte, só na outra tarde o que me faria perder dias em Delhi... de resto sinceramente queria pôr-me era a milhas dali... ahaha e infelizmente a qualquer preço... e o preço foi um bilhete de 3ª classe (já não me lembro se era assim que se chamava mas era dos piores... acho que era hard sleeper) eheh mas eu estava por tudo ehehe... estou exagerar um pouco, mas faz parte eheh

Assim lá comecei a minha viagem, achando que a Índia era um sítio muito feio, vejam pelas fotografias, ainda por cima estava um tempo enublado que não ajudava o que fosse, na esperança de encontrar pastos mais verdes ehhe no Nepal...

Em relação às fotografias, chamo a atenção para o meu pequeno almoço no comboio... tinha ido para um dos beliches de cima na expectactiva de passar despercebida, já que toda a gente tinha ficado a olhar para mim quando entrei na carruagem, estilo "o que é que esta está aqui a fazer?" No bom sentido claro, não lhes passa pela cabeça que os "brancos/europeus" diga-se, "ricos" andem naquelas carruagens, em especial, penso eu, uma rapariga sozinha... Mas estava a contar que fui para o beliche onde passei a noite em viagem. De manhã, comecei a ver rapazes a venderem comida em caixas e a venderem chá de termos, nem lhes passou pela cabeça que eu quisesse alguma coisa e nem me perguntavam se queria eheh... mas lá lhes pedi, nem tentei saber o que era porque não ia entender e com ar admirado e divertidos lá me serviram eheeh não sei se era da fome, mas era bom, afinal a viagem tinha durado a noite toda e já estava esfomeada...

O comboio ia apenas até Gorakphur e daí tinha de apanhar um autocarro para a fronteira... o autocarro era um nojo e tinhamos apenas uns 5 cm de espaço para o banco da frente... para continuar a saga já tinha percebido que tinha de me teria de habituar rapidamente à imundice...

Mas lá chegámos, por fim, à fronteira, Sunaili, uma terra ao longo de uma estrada cheia de poças e autocarros decorados com motivos hindus, e igualmente apetecível ahah como todas as outras paisagens que tinha visto nas últimas 24h... como havia uma poça gigante mesmo no meio da estrada que tinha de atravessar para entrar no Nepal e eu estava de ténis, pedi boleia a um transeunte que simpaticamente atravessou a estrada comigo, sentada na parte de trás da sua bicicleta rumo, esperava eu à beleza do Nepal...




2. BELAYIA A KATHMANDU (Nepal)


Pois é eu já ansiava por um sítio limpo e bonito, seria assim o Nepal? Talvez... não... mas talvez sim... após passar a fronteira a minha expectativa era perceber finalmente se o Nepal era um sítio agradável ou não! eheh Comecei a achar que afastando-me da parte fronteiriça de Belayia ia começar a encontrar sítios mais agradáveis... assim após indagar e conferênciar com outros turistas decidi rumar directamente a Kathmandu o que significava ficar mais umas 12h no mínimo sem tomar um banho... Um à parte: ainda me questionava, mas é isto que é mesmo feio e sujo ou sou eu que estou mais sensível, talvez pelo choque Europa-Índia assim de repente??





Lá começamos o caminho numa carrinha a cair de podre, com janelas que se bem me lembro não fechavam, estas minhas ideias de ir à aventura tem destas coisas, mas confesso que apesar da estrada ser estreita e acidentada, nada que já não tivesse feito antes... o que me preocupava mesmo era o aspecto da paisagem... eheh





Que felizmente foi melhorando... entretanto a viagem, que nestes países nunca demora o que eles dizem, e que já por si longa estava a ser ainda mais longa que o previsto e comecei a ver que ia chegar a Kathmandu a horas bem indecentes... mas antes de ter tempo de me preocupar com o onde ia ficar, conheci um grupo simpatiquíssimo de franceses que tinham reservas e que me indicaram a guest house onde iam ficar, acabei por acompanhá-los, no transfer que nos levou algures da estrada para o centro da cidade e durante a minha breve estadia em Kathmandu ainda visitei alguns locais com eles.




3. KATHMANDU काठमांडौ


Kathmandu , é a capital e a maior cidade metropolitana do Nepal. A cidade é o núcleo urbano do Vale de Kathmandu no Himalaia, que contém duas cidades irmãs, Patan ou Lalitpur, e Bhaktapur. Chamado de cidade-tripla o vale de Kathmandu, reconhecido como património mundial da Unesco é apenas ligeiramente menor do que Singapura em termos de área... pois...

A História e tradições locais dizem que um sábio hindu chamado "Ne" se estabeleceu no vale de Katmandu durante os tempos pré-históricos e que a palavra "Nepal" surgiu como o lugar protegido ("pala" em sânscrito), pelo sábio "Ne". A etimologia do nome do Nepal significa "o país cuidado por Ne". Bem em breve iria descobrir se Ne tinha cuidado bem da cidade... esperava que sim...

Kathmandu fica a uma altitude de aproximadamente 1.400 metros num vale em forma de tigela cercado por quatro montanhas... pois 1400m e o meu quarto ainda por cima ficava num 4º andar (imaginem o habituar à altitude que isso implica ahaha)... Mas não me podia queixar nada o quarto era grande e limpo e dava para um terraço bem simpático... quanto ao resto da paisagem continuava com as minhas dúvidas...





Bem confesso que ter um refúgio agradável, embora um pouco escadaria a mais para grandes fugas, e depois de ter tomando um bom banho, eu e a minha roupa tooooda, já estava por tudo e lá fui conhecer Kathmandu...

A Guest House ficava na zona central e antiga da cidade. Tinha chuvido e pelas ruas enlameadas só se podia andar de vestido e havaianas ou ficava-se completamente sujo num instante... ahaha a saga continuava! Mas ainda há pior... eu já conto... eheheh a sério só dá para rir...





O Nepal é a nação mais recente do mundo a tornar-se uma república. Tendo sido uma monarquia durante a maior parte de sua história, em 2006, após uma década de Revolução Popular do Partido Comunista do Nepal (maoísta), e depois de várias semanas de protestos em massa por todos os principais partidos políticos do Nepal, assinou-se um acordo de paz e fizeram-se eleições para a Assembleia Constituinte que votou esmagadoramente em favor da abdicação do último monarca e estabelecimento de uma república federal democrática em Maio de 2008.

E como os países democráticos tem destas coisas, Kathmandu estava a viver uma greve dos lixeiros, ahahah é de rir não é? A sério não estão a ver o que é andar por ruas enlameadas e cheias de lixo com um cheiro insuportável! Onde estava o primeiro voo de volta para a India? ahaha Estou a brincar o plano era Tibete e a estratégia era... rapidamente! ahahah

Confesso que antes de saber da greve achei que aquilo era mesmo assim, e não entendia bem como aquela gente vivia e inclusivé vendia legumes no meio da porcaria... cheguei a sentir-me a viajar no tempo para um daqueles filmes que retratam a Londres da idade média, o lixo, as bancas de rua, a imundice a que ninguém parace dar importância... ahaha Assim, como imaginam, gostei muito de saber que era uma coisa pontual e que alguns deles próprios se mostravam tão enojados com o cheiro quanto eu eheh





Mas ultrapassando tudo isso a cidade tem o seu quê de engraçada, e no meio de um mar de gente, motas, carros, (Kathmandu, cidade metropolitana, tem uma densidade de 13.225 habitantes por km2 sendo de longe o maior aglomerado urbano no Nepal), cada rua vibra com comércio das mais diversas espécies e pessoas de risos alegres!





A agricultura emprega 76% da força de trabalho, os serviços 18% e a produção/artesanato baseado em produtos agrícolas 6% e inclui chá, arroz, milho, trigo, cana de açúcar, tubérculos, leite e carne de búfalo. A Indústria, envolve principalmente a transformação de produtos agrícolas, incluindo a juta, cana de açúcar, tabaco e grãos.

Pois é e esquecendo as bancas de rua, podem encontrar-se verdadeiras farmácias, talhos, consultórios médicos, etc... ah





Espalhadas por toda a zona antiga mas em alguns casos concentradas em certas ruas encontram-se lojas mais viradas para os turistas e um sem número de bares, restaurantes, cafés...





A arte e a religião são marcantes assim como o folclore que é parte integrante da sociedade nepalesa, as histórias tradicionais estão enraizadas na realidade do dia-a-dia, contos de amor, carinho e batalhas, bem como demónios e fantasmas que reflectem os estilos de vida locais, culturas e crenças. Muitos dos contos folclóricos do Nepal são promulgadas por meio de dança e música. Algum do comércio que se encontra está relacionado com estas três facetas, também é marcante a quantidade de jóias artesanais feitas com pedras semi-preciosas e por aqui e ali encontram-se bonitas mandalas.

Mandala é uma palavra sânscrita que significa "círculo". Nas tradições hindu e budista religiosas, a arte sacra, muitas vezes toma a forma de mandala. A forma básica da maioria das mandalas hindus e budistsa é um quadrado com quatro portas contendo um círculo com um ponto central. Cada porta é em forma de T. Estas mandalas, diagramas concêntricos, têm significado espiritual e ritual, tanto no budismo como no hinduísmo. Servem para o estabelecimento de um espaço sagrado, e como um auxílio à meditação e à indução de transe, em teoria, a sua natureza simbólica pode ajudar a aceder a níveis progressivamente mais profundas do inconsciente, e levar o praticante a experimentar um sentimento místico de união com a unidade final do qual o cosmos em todas as suas múltiplas formas surge, de certa forma estão ligadas a práticas de meditação tantra. Algumas correntes budistas fazem-nas também em areia.





Um local obrigatório a visitar em Kathmandu é a Praça Durbar (praça central) que detém os palácios dos reis Malla e Shah, que governaram a cidade. Junto com esses palácios encontram-se também pátios e templos.








Segundo dizem, Katmandu é hoje o principal centro cultural e económico do Nepal e é considerada a infra-estrutura mais avançada entre as áreas urbanas do país. Bem, tudo é relativo e na verdade nas zonas mais periféricas ao centro a paisagem muda bastante...





Alguns pormenores e curiosidades:

Cerca de metade da população vive abaixo da linha de pobreza internacional de cerca de 1 euro por dia.

Cerca de dois terços das mulheres e um terço dos homens são analfabetos.

A paisagem é espectacular e diversificada, e a cultura exóticas Nepal representam um potencial considerável para o turismo, mas o crescimento do sector foi sufocado pelos recentes acontecimentos políticos. A taxa de desemprego e sub-emprego leva a que muitos cidadãos procurem a Índia em busca de trabalho, outros os países do Golfo Pérsico e da Malásia, o Nepal recebe cerca de 50 milhões de dólares por ano com os soldados Gurkha que servem nos exércitos indiano e britânico e que são muito estimados pela sua habilidade e bravura.





A bandeira do Nepal é a única bandeira nacional no mundo que não é em forma de quadrilátero. Segundo sua descrição oficial, o vermelho na bandeira representa a vitória na guerra ou a coragem, e é também a cor dos rododendros, a flor nacional do Nepal. A borda azul da bandeira significa a paz. A lua curvada sobre a bandeira é um símbolo da natureza pacífica e calma do Nepal, enquanto o Sol representa a agressividade dos guerreiros nepaleses . Antigamente costumava tirar fotografias às bandeiras dos países que visitava, vou ver se retomo esse hábito! Esta é tirada da internet...




Outro pormenor os doces são óptimos! Não resisti a experimentar estas doçuras, apesar do aspecto da loja de rua ser bastante desmotivador ahaha, não me lembro de alguma vez alguma coisa me ter feito mal e por isso abuso da sorte e quanto à nojice por esta altura já estava mais ambientada ehehe



4. VALE DE KATHMANDU

Enquanto em Kathmandu à espera da confirmação da data da partida do meu grupo para atravessar os Himalaias em direcção ao Tibete aproveitei para visitar alguns locais do vale.


Patan. Aproveitei as dicas e companhia dos meus recém conhecidos franceses, o Gerárd, a Magda, o Matew e o Louis e fui com eles a Patan (nunca me lembro de tirar fotografias com as pessoas que vou conhecendo a não ser quando elas falam nisso e depis fico com pena... vou ver se me enviam uma deles... e se nas próximas viagens vou tendo isso mais em conta).

Patan é uma cidade património mundial, localizada a cerca de 5 km a sul de Katmandu, no Vale de Katmandu, na margem sul do rio santo Bagmati, é a segunda maior das três cidades reais no vale. Também é chamada de Lalitpur que significa cidade da beleza.





A cidade inteira está repleta de monumentos budistas e templos hindus com portais de bronze, estátuas fantásticas, deidades guardiãs e esculturas magníficas, incluindo esculturas em pedra, metal e madeira. Bem conhecida pelos seus artesãos muitas vezes é conhecida como a cidade dos artistas excelentes.



Patan tem longa história budista, está protegida nos seus quatro cantos com Stupas (templos budistas) e a maioria dos cidadãos que aqui vivem seguem a fé budista.

Patan Durbar (praça central) está absolutamente repleta de templos . É uma festa de arquitectura com uma concentração muito maior de templos por metro quadrado do que em Kathmandu e um testemunho da cultura e estilo de vida dos Newari (primeiros nepaleses)- permite uma quase viagem ao passado.





Boudhanath बौद्धनाथ também Patrimônio Mundial da UNESCO é um dos locais budistas mais sagrados em Katmandu. Apesar de o hinduísmo ser praticado por uma grande maioria das pessoas no Nepal, o Budismo, apesar de uma fé minoritária no país, está ligada historicamente com o Nepal, o berço de Buddha.

Localizado a cerca de 11 km do centro, a grande Stupa do templo é uma das maiores no Nepal. Na Stupa diz-se estarem enterrados os restos de um sábio Kasyapa venerado tanto por budistas e hindus. Esta Stupa localiza-se na antiga rota de comércio com Tibete, os comerciantes tibetanos terão descansado e oferecido orações aqui por muitos séculos. Quando em 1950 chegaram os refugiados do Tibete no Nepal em 1950, muitos decidiram viver em torno Bouddhanath.

A Stupa स्तूप, que significa literalmente “monte desarrumado de coisas" é originalmente uma estrutura com forma de um monte contendo relíquias de santos e grandes mestres.

Após o parinirvana do Buda, os seus restos mortais foram cremados e as cinzas divididas e enterradas sob 10 Stupas. No século III aC, após sua conversão ao budismo, o imperador Asoka abriu uma das stupas originais e os restos mortais foram distribuídos entre os vários milhares de Stupas que ele tinha construído. Assim, a importância de uma Stupa passou de ser um monumento funerário para um objecto de veneração e local de culto para os budistas.

Como consequência também mudou sua aparência. Evoluíram para grandes montes hemisféricos, com características tais como o torana (portão), o vedica (recinto da cerca, relacionado com as aldeias védicas), o harmika (uma plataforma quadrada com grades na parte superior da stupa), chattrayashti (o guarda-sol ou dossel) e uma praça circular ao redor da Stupa.

A forma da Stupa representa o Buda coroado e sentado em postura de meditação num trono de leão. A sua coroa é a parte superior da torre, a cabeça é o quadrado na base da torre é, seu corpo é o vaso, as pernas são os quatro degraus do terraço baixo, e a base é o seu trono.

Embora não seja descrito em qualquer texto tibetano a Stupa pode representar os cinco elementos purificados. A base quadrada representa a terra, a cúpula hemisférica / vaso representa a água, a torre cônica representa o fogo, o chapéu superior de lótus e uma lua crescente representam o ar e o sol e o ponto de dissolução representam o elemento do espaço.

Um elemento muito importante em todos as Stupas é a Árvore da Vida. É um poste de madeira coberto com pedras e milhares de mantras, colocado no canal central da stupa. É colocado durante uma cerimónia ou iniciação, e ao qual os participantes podem prender fitas coloridas a mesmo tempo que fazem os seus desejos mais positivos e poderosos, que são armazenados na Árvore da Vida. Isto como que dinamiza a Stupa.

Há vários tipos de Stupas mas já me alonguei bastante e falarei nisso depois quando relatar a viagem ao Tibete.




Esta Stupa está num local muito agradável, e acreditem eu estava atenta a esses pormenores eheh, não só o sítio é limpo e com prédios e lojas bonitos como a atmosfera é muito agradável, gostei imenso deste local. Além disso estava a tocar uma música lindissíma uma versão do mantra "Om Mani Padme Hum" e todo o local transmitia uma sensação de absoluta paz e harmonia.






No complexo há um outro templo que mostro nas fotografias que se seguem.

A roda de oração, que me vêem a empurrar, é um cilindro sobre um eixo, que gira quando empurrado, é feito de metal, madeira, pedra, couro, ou mesmo de algodão. De acordo com os textos são usadas para acumular sabedoria e mérito (bom karma) e purificar negatividades (mau karma). Tradicionalmente, o mantra Om Mani Padme Hum está escrito externamente em sânscrito. Às vezes, também estão descritos Dakinis, protectores e muito frequentemente, os oito símbolos auspiciosos Ashtamangala. Segundo a tradição budista tibetana sobre rodas de oração, girar uma roda tal terá o mesmo efeito, muito meritório, de oralmente recitar as orações. As rodas de oração são simultaneamente uma ajuda visual para o desenvolvimento de alguns tipos de visualizações tântricas, sendo tantra o conjunto de práticas e ideias que se caracterizam pelo uso do ritual, do mundano para aceder ao supra-mundano, e pela identificação do microcosmo com o macrocosmo. O praticante tântrico tenta usar o prana (energia divina) que flui através do universo (incluindo o próprio corpo) para atingir objectivos espirituais, materiais, ou ambos.

Om Mani Padme Hum é o mantra mais comummente usado em rodas de oração. Este mantra é a vibração ressonante que ajuda a afinar um ser humano em direcção a energias iluminação. Este mantra foi dado por Avalokatishvara (sânscrito) ou Chenrezig (Tibete), a divindade que é a personificação da compaixão. Ao cantar este mantra a pessoa entra na harmoniza-se na pura compaixão, o que tende a ter um efeito calmante e permite domar, abrir e desenvolver a mente.

À medida que o praticante gira o volante, normalmente no sentido horário, conforme a direcção em que os mantras são escritos e que é o movimento do sol no céu, é melhor concentrar a mente e repetir com motivação o mantra Om Mani Padme Hum. Não só aumenta drasticamente o valor obtido com o uso da roda, mas é uma técnica de estabilização que treina a mente quando o corpo está em movimento. No entanto, diz-se que, mesmo transformando-o enquanto está distraído tem vantagens e méritos e afirmam os texto que até mesmo insectos que cruzam a sombra de uma roda de oração receberão algum benefício. Cada volta é tão meritória como a leitura em voz alta da inscrição, e isso significa que quanto mais mantras Om Mani Padme Hum existirem dentro de uma roda de oração o mais poderoso é. Deve-se girar a roda com um ritmo suave e não muito rápido ou freneticamente. Ao girar suavemente deve ter-se em mente a motivação e o espírito de compaixão e bodhichitta (a mente nobre que aspira à plena iluminação para o benefício de todos os seres). O praticante pode repetir o mantra quantas vezes for possível, durante o giro da roda, estabilizando a mente calma meditativa. No final de uma sessão prática há uma tradição budista tibetana de dedicar todos os méritos acumulados que pode ter recolhido para o benefício de todos os seres sensíveis e em seguida recitar o do mantra Om Ah Hum três vezes, isto é habitual com os tibetanos após completarem qualquer prática budista, incluindo a prática da roda de oração.

A instalação de uma roda de oração tem a capacidade de transformar completamente um lugar "... calma, agradável e propício para a mente." Basta tocar uma roda de oração é dito para trazer grande purificação de karmas negativos e obscuridades.

Há vários tipos de rodas mas deixo essa explicação para depois...







Swayambhunath स्वयम्भूनाथ स्तुप é um complexo religioso antigo no topo de uma colina no vale de Kathmandu. Também é conhecido como o Templo dos Macacos, devido às colónias que ali vivem. O nome tibetano do site significa "árvores sublimes" pelas as muitas variedades de árvores encontradas na colina. Para o nepalês budista, Swayambhunath ocupa uma posição central, é provavelmente o mais sagrado dos locais de peregrinação budista. Para os tibetanos e seguidores do budismo tibetano, é apenas um segundo Boudhanath.

O complexo Swayambhunath consiste de uma stupa e uma série de santuários e templos. A stupa tem olhos de Buda e sobrancelhas pintadas. Entre eles, há algo que parece pintado no nariz - mas é o símbolo do Nepal, "unidade". O local tem dois pontos de acesso: uma longa escadaria, com 365 degraus, que conduz directamente para a plataforma principal do templo, e uma estrada, em torno do monte.

Grande parte da iconografia Swayambhunath vem da tradição Vajrayana do budismo. No entanto, o complexo é também um local importante para os budistas de muitas outras escolas, e também é venerado pelos hindus. As diferenças entre os hindus e os budistas é pequena no Nepal devido à mistura cultural e histórica de hindus e budistas. De qualquer forma tradicionalmente Budismo e Hinduísmo nunca foram duas religiões distintas, no sentido ocidental do mundo. No Nepal, assim como noutros países asiáticos que visitei há imensos templos comuns e culto a divindades comuns.

Entretanto já tinha conseguido lugar num grupo para atravessar os Himalaias em direcção a Lhasa no Tibete, graças à ajuda do Buddha (ehehe não não é esse...), este Buddha é um nepalês a quem pedi indicações acerca de uma agência de viagens e que simpaticamente percorreu a parte antiga de Kathmandu levando-me na sua mota e acabou por me indicar o dono de uma agência de viagens que foi como um pai nesta minha saga de conseguir arranjar um lugar num grupo que fosse fazer a viagem (não se pode entrar no Tibete se não se for num grupo com guia autorizado).

O Karimulla Muslim, o dono da agência, não só me arranjou a viagem que ficou mais barata que o que esperava gastar como ainda me tratou de tudo inclusivé apanhando-me no aeroporto no meu regresso do Tibete e levando-me ao transporte que ia apanhar para a Índia do outro lado da cidade, notem que já tinha pago, e apesar de lhe ele me ter assegurado que me daria boleia do aeroporto para o jipe daí a uma semana estava com dúvidas, mas não falhou! Durante a minha estadia em Kathmandu além da parte que lhe competia que era a viagem Kathmandu-Lhasa-Katmandu, ainda foi comigo confirmar que arranjaria transporte de jipe para a Índia e ainda me trouxe a este templo ao qual é mais fácil chegar de carro e que deve ser visitado ao pôr-do-sol, achou que era mais seguro que ir sozinha eheh. Foi mesmo 5*, um homem culto e educado que ao contrario de muitos asiáticos não tentou ser explorador nos preços e me tratou como família. Se alguém for ao Nepal, devem contactá-lo! O email é kitt@mail.com.np ou karimkit@hotmail.com. Espero não ter baralhado os cartões...






Pashupatinath पशुपतिनाथको मन्दिर. Como já referi, a esmagadora maioria dos Nepaleses seguem o hinduísmo. Shiva é considerado como a divindade guardiã do país e Pashupatinath é um dos maiores templos hindus de Shiva no mundo e considerado como o mais sagrado entre os templos de Shiva (Pashupati), localizado às margens do rio Bagmati na parte leste de Katmandu é um local onde os hindus de todo o mundo vêm para a peregrinação. Este templo é também referenciado como património mundial pela Unesco.





As margens do rio Bagmati, são o local mais utilizado para cremação no Nepal, especialmente em torno do vale de Kathmandu. O rio Bagmati é considerado um rio sagrado tanto por budistas e hindus, havendo um sem número de templos hindus estão localizados nas margens deste rio, a importância de Bagmati também reside no facto de que os hindus são cremados às margens do rio sagrado, e os Kirants, (nepaleses que praticam uma religião que é uma mistura de animismo com budismo e hinduismo), são enterrados nas colinas ao seu lado.

Segundo a tradição hindu do Nepal, o corpo deve ser mergulhado três vezes no rio Bagmati antes da cremação. Nessas cerimônias, o corpo retorna aos 4 elementos (terra, vento, água, fogo). O enlutado chefe (normalmente o primeiro filho), que acende a pira funerária deve tomar um banho de água do rio-santo, imediatamente após a cremação. Muitos parentes que se juntam ao cortejo fúnebre também devem tomar banho no rio Bagmati ou borrifar a água benta sobre os seus corpos no final da cremação. O rio Bagmati acreditam purifica espiritualmente as pessoas. Muitos hindus optam por morrer aqui, com os pés tocando a água sagrada do rio.

Visitei este templo com um canadiano simpatiquissimo, que conheci na guest house, o Jason, (mais uma vez não me lembrei de tirar uma fotografia com ele) e ainda bem que fomos juntos porque acreditem que faz uma certa confusão estar ali a nós que não estamos habituados a esta maneira tão natural de lidar com os mortos. Deixo algumas fotografias propositadamente pouco explicitas mas suficientemente esclarecedoras (a quem faça confusão é melhor passar à frente).

Notem as crianças e pessoas a tomar banho no rio junto aos locais de banho e cremação dos mortos e as crianças que ajudam a limpar as cinzas que são varridas para o rio.

Vi há pouco tempo no discovery ou num desses canais, vou fazendo zapping e nunca sei bem em quais vejo as coisas, que em certa seita antiga hindu se praticava o canibalismo como forma de purificação, uma espécie de ultrapassar a aversão que daria comer carne humana de um cadáver, não tem nada a ver com isto mas fez-me lembrar estas cerimónias no sentido em que todo este ritual faz encarar os cadáveres de uma forma mais natural.






Kumari. O Nepal é um país de numerosos templos, santuários e deuses, mas há uma deusa única no país, a deusa, viva, sim viva, Kumari, que é adorada no templo Kumari, em Basantapur que não visitei mas soube da história que aqui conto...

Há no Nepal uma tradição hindu-budista de adorar uma menina, que se acredita ser a encarnação de uma deusa.

A selecção desta Kumari, que tem o direito de sentar-se no pedestal de adoração como a deusa viva é bastante elaborada. Segundo a tradição, as meninas na faixa etária de 4-7 anos, que pertençam à comunidade Sakya, e tenham um "horóscopo" apropriado são seleccionadas com base em 32 atributos de perfeição, incluindo cor dos olhos, forma dos dentes e até mesmo a qualidade de voz. As escolhidas são levados para conhecer as divindades numa sala escura, onde são executados rituais tântricos terríveis. A deusa real será aquela que permanece calma e recolhida ao longo destas provas. Outros rituais hindus e budistas seguem-se para determinar finalmente determinar a verdadeira Kumari. Depois das cerimónias o espírito da deusa supostamente entra no seu corpo. Ela assume a roupas e jóias da sua antecessora, e recebe o título de Kumari Devi, sendo adorada em todas as ocasiões religiosas. Passa a viver num lugar chamado Kumari Ghar, no palácio de Katmandu em Hanumandhoka, onde a deusa viva realiza seus rituais diários.

A divindade de Kumari chega ao fim com a puberdade, pois acredita-se que nesta altura se transforma em humana e a busca da nova deusa tem de começar. No entanto, essa busca pode ser antecipada se antes da puberdade ela estiver infeliz, ou se magoar, pois mesmo um corte menor ou sangramento pode torná-la inválida para a adoração.

A cada Setembro, no festival Jatra Indra, a deusa viva em todo o seu esplendor é levada em procissão religiosa, numa liteira, através da capital nepalesa. É uma grande festa com a participação de milhares de pessoas, que vêm para ver a deusa viva e buscar suas bênçãos. De acordo com uma antiga tradição, a Kumari também abençoa o rei do Nepal durante este festival.




5. POKHARA E LUMBINI


Pokhara पोखरा उपमहानगरपालिका. Bem, mas estava na altura de seguir para o Tibete e acabei por não ir a um destino que como me recomendaram, também recomendo... Pokhara é uma cidade de cerca de 200.000 habitantes no Nepal central localizado a 198 km a oeste de Katmandu. É também um dos destinos turísticos mais populares do país. As fotografias prometem...




Lumbini. Também não visitei mas fica a dica, perto da fronteira com a Índia, Lumbini, é um local de peregrinação budista e património da humanidade é considerada o berço de Sidarta Gautama, em cerca de 563 B.C., príncipe da casta dos xátrias do clã Sakya, que, como Gautama Buddha, deu origem à tradição budista. O local sagrado de Lumbini está delimitado por uma grande zona monástica. O budismo é a religião dominante da áreas escassamente povoadas do norte, que são habitadas por povos relacionados com os tibetanos, tais como o Sherpa.

6. KATHMANDU - KODARI (fronteira com o Tibete)

Lá chegou o dia da partida para a viagem de Kathmandu a Lhasa, por terra, atravessando os Himalaias, demorariamos 5 dias a fazer o percurso. Uma carrinha ia levar vários grupos até à fronteira onde depois teriamos jeeps à nossa espera para a viagem no Tibete.


Há medida que iamos saindo do centro da cidade a paisagem ia-se tornando cada vez mais agradável e a uns km de Kathmandu fizemos a primeira paragem para um óptimo pequeno almoço, num sítio bem agradável na encosta da montanha.







A viagem seguiu e já de barriga confortada e com este banho de verde estava como queria ehehe

A maioria das casas na várzea rural do Nepal são constituídas de uma estrutura de bambu e as paredes apertadas de uma mistura de lama e esterco de vaca (sem comentários...). Estas habitações permanecem frescas no verão e mantem o calor no inverno. As casas nas colinas são normalmente feitas de tijolos com palha tectos de palha ou telha. Nas maiores altitudes já se usam mais a pedra e ardósia. Mais ou menos deu para ir vendo de tudo...




A certa altura começámos a subir a montanha por estradas estreitas ao longo de rios e riachos, que bem que estava a saber este início de viagem! Reparem na ponte na primeira fotografia...





Pelo caminho iamos passando por vielas em que o que se via mais era crianças e adultos a tomarem banho e lavarem as roupas, na rua, tanto nas águas geladas que corriam pelos montes, como em torneiras e mangueiras improvisadas... apesar de já estar habituada a ver que estes povos fazem quase tudo na rua, não deixa de ter graça ver alguém a fazer o seu banho matinal à beira da estrada...





E por fim chegámos ao fim da primeira etapa da viagem, a chegada à fronteira do Nepal com o Tibete (China). Mais uma vez uma terra ao longo de uma estrada com carros e carrinhas parados e cheia de gente para ir e a chegar.


Reparem nas indicações coladas nas paredes a alertarem para a nova gripe H1N1... supostamente havia uma sala de controlo para quem estivesse a chegar ao país...





Depois de carimbados os passaportes de saída do Nepal lá continuámos estrada fora até chegar a uma ponte que atravessariamos a pé para o Tibete e onde não se podiam tirar fotografias... bem deixo-vos agora a meio da ponte ainda em território nepalês mas não se preocupem que continuaremos a viagem no Post do Tibete... 

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