VIETNAME

O Vietname oficialmente a República Socialista do Vietname (Cong Hòa Xa Hoi Fórum Habbo Nghia Việt Nam)  faz fronteira com a República Popular da China a norte, com o Laos a noroeste, com o Camboja a sudoeste, e com o Mar da China Meridional, conhecido como Mar do Leste, a leste.

Em Vietnamita escreve-se Việt Nam  sendo que a palavra "Việt" surgiu como uma forma abreviada de BachViệt 百越 que significa multidão de Viets, uma palavra aplicada a um grupo dos povos que então viviam no sul da China e do Vietname.


Os vietnamitas tornaram-se independentea da China em 938 dC, após sua vitória na batalha do rio Bach Đằng. Dinastias sucessivas floresceram originando a expansão geográfica e política mais profunda do sudeste da Ásia até que à colonização pelos franceses em meados do século XIX.  Os esforços para resistirem aos franceses levaram à sua expulsão do país em meados do século XX, deixando a nação politicamente dividida em duas partes norte e sul. Os combates entre os dois lados deram origem à Guerra do Vietname que terminou com a vitória do Vietname do Norte em 1975.

A nação devastada pela guerra foi politicamente isolada até que em 1986, o governo instituiu reformas económicas e políticas e começou o caminho para a reinserção internacional e em 2000 já havia estabelecido relações diplomáticas com a maioria das nações.



1. LÀO CAI (Parte I)


Entrei no Vietname a pé! Isso mesmo foi o que ficou escrito no documento de entrada: meio de transporte - "on foot" lol. Basicamente atravessei a pé uma ponte sobre um rio que separa os dois países.

O meu ponto de entrada foi Lào Cai no norte do Vietname. A Região de Lào Cai é montanhosa, é aqui que se encontra a mais alta montanha do Vietname. É banhada pelo rio vermelho e é uma região de florestal.

Mal entrei em Lào Cai perguntei como podia ir para Sapa um ponto de passagem obrigatório no norte do Vietname. O taxista que me respondeu ofereceu-se logo para me levar e como estava a chover imenso nem pensei duas vezes. Lá me leva para uma estação de autocarros estilo os chapas de Moçambique...

Perguntei qual ia para Sapa e uma senhora mostra-me logo uma carrinha que dizia Sapa no vidro, um bom começo, embora a carrinha fosse de susto... era daquelas que tem uma porta de correr de lado e estava vazia. A rapariga lá me faz entrar e escolho um lugar junto á janela. Ela fecha a porta e afasta-se. Já habituada a estas coisas sabia que enquanto não enchessem a carrinha de gente não iamos sair dali mas como estava a chover bastante (não parava desde há uns dias) deixei-me ficar.

Passado um bocado achei que devia ir ver o que se passava e já estava pronta para angariar uns passageiros também se fosse preciso eheh. Quando vou para sair. Estava fechada lá dentro ehehe. Imaginem... isto é que é assegurar que os clientes não fogem. Bem não sou menina para me prenderem assim à revelia eheh e salto para a parte da frente da carrinha e saio pelo lugar do condutor. Uns vietnamitas que estavam lá fora vêm-me dizer para esperar e digo-lhes que não me vou embora que vou esperar por ali.

Um à parte: Isto faz-me lembrar uma coisa interessante é que já há uns tempos estava habituada a ter de me contorcer em imaginação para que me entendessem e quando entro no vietname começo a falar com as pessoas da mesma maneira... até que como por magia percebo que falam lindamente inglês. Foi assim uma espécie de um choque, foi atravessar uma ponte e estar noutra dimensão eheh. Acho que ao inicio eles acharam que eu é que não falava inglês ehee

Bem mas continuando, a mudança cultural é nitida ali e mal ponho os pés fora do autocarro aparecem uns vietnamitas a meter conversa e a querem tirar uma fotografia comigo, lá lhes fiz a vontade e fui dar uma volta por ali. Vejo um grupo a fumar de um cachimbo gigante e tiro uma fotografia, fazem-me logo sinal para me aproximar e fumar também.

Entretanto lá aparece a rapariga com mais algumas pessoas e apesar de não estar cheia a carrinha parte... achei estranho... mas afinal foi dar umas voltas pela cidade a ver se mais alguém vinha. Passado um bocado junta-se a outra e decidem juntar toda a gente na mesma. Isto também já me tinha acontecido em África e na China. Imaginem que eu tinha pago 2 euros pela viagem a carrinha que me vende como passageira dá 1 euro à outra para me levar e fica toda a gente a ganhar. Já não faço ideia de quanto custou mas acho que falar nestes valores pequenos deve ser o mais aproximado e já preço de turista com certeza... só sei que a certa me ofereci para pagar pelos lugares vazios para partimos...





E lá começámos a viagem com esta música profética... lol




Pois é "there´s no limits"... embora as derrocadas sistemáticas que encontrámos na estrada começassem a parecer um pouco ameaçadoras... como iam uma série de vietnamitas na carrinha achei que tudo estaria sob controlo...





Até que... afinal there are some limits... Uma derrocada gigante que parou o trânsito dos dois lados de uma ponte sobre um rio enfurecido... Fico a tentar entender o que se passa, os meus companheiros de viagem não era muito bons a inglês ou acharam que era melhor não diserem nada... só encolhiam os ombros... Até que começo a ver toda a gente a sair e um vem fazer-me sinal para ir atrás deles, que vamos passar a ponte a pé. Não são nada burros aliás á semelhança do português estas pessoas estão simplesmente habituadas a resolver qualquer situação. Então rapidamente decidiram que cada grupo de passageiros de cada lado da ponte a atravessaria a pé e as carrinhas voltariam as duas para trás assegurando levar os passageiros ao respectivos destinos.

O passar a ponte é que foi pior... eheh Para começar no havai não deve haver lama... porque as havaianas ou flip flops (em inglês) estavam realmente a ser um flop... cada passo que dava prendiam-se na lama e parecia que estava a andar em gravidade 10000 (este número inventei porque não sei as medidas da gravidade)... Não estava para ficar para trás e perder a nossa boleia e também não estava para danças... descalcei-me e segui a pé sobre uma ponte que mal inspirava confiança e que parecia que a qualquer momento iria cair no meio das águas enfurecidas do rio...

Já do outro lado o meu benfeitor, felizmente vou tendo sempre alguém que de certo modo olha por mim, como dizia o meu benfeitor mostra-me que posso lavar os pés na berma da estrada. Maravilha! Sim naquele momento aquela opção foi uma maravilha! Achei que água mais corrente que aquela era difícil e se eles o faziam porque não eu? Lá lavei os pés e segui. There's no limits!





Ou talvez...there's more limits...

Pois mais uma derrocada intransponível... E aqui a graça foi a carrinha ter decidido encostar-se ao limite da estrada, do lado de um gigante precípicio, num dia em que "decorradas" era a palavra do dia... Ironias à parte lá esperámos que chegasse outra carrinha ao outro lado da barreira e desta vez a travessia a pé obrigou a algum equilibrio para não cairmos na ravina... Se isto fosse um jogo de computador qual seria o próximo nível??





O próximo nível seria: um enorme desnível na estrada que tinha abatido... Nesta altura já estava a ver que não iamos passar deste entra e sai e já tinha percebido que as motas passavam pelo meio de tudo aquilo com dificuldade mas passavam... Atravesso este novo obstáculo e o facto de não haver carrinha do outro lado ajudou-me a confirmar a minha decisão. Ia seguir na primeira mota que me levasse. Ali quase todas as motas se prestam a ser moto taxis por isso comentei ao meu benfeitor que estava a pensar seguir de mota e se ele achava bem. Disse que sim fez sinal a uma mota que tinha acabado de atravessar o desnivel e subi para a mota... ele que estava a segurar o meu chapéu não faz mais nada e senta-se também... mantendo o chapéu de chuva aberto... lol Bem lá arrancámos, lá parámos, devido à aerodinamica do chapéu aberto, útil no caso de cairmos numa ravina e termos voar eheeh, mas um nadita desagradável em estrada, e lá seguimos... até calhou bem ir ensandwichada (que palavra!) entre eles que sempre me protegiam da chuva.

Ah já me esquecia toda esta aventura com uma mochila de 30l às costas... excepto na mota, o que seria... aí o condutor levava-a à frente entre as pernas. Iamginem... uma mochila e três pessoas numa mota... e eu uma delas... ehehe





2. SAPA (Sa Pa)


Lá chegámos a Sapa ensopados eheh. E o meu salvador faz sinal ao taxi para se meter por umas ruelas... pergunto para onde vamos e diz-me que para qualquer coisa da roupa molhada... antes de ter reacção paramos e ele faz-me sinal para entrar no que me parece um hotel. Quando entramos vejo um casal que em sintonia com ele me indica umas escadas subo atrás dele por uma espécie de bloco de apartamentos e pergunto-lhe onde está a ir. Achei que aquilo era uma espécie de hotel e que talvez os donos fossem os pais dele... ou não... nesse momento ele que ia à minha frente bate a uma porta e sai uma rapariga que me manda entrar, ele diz que vai para a porta ao lado mas que posso trocar de roupa ali. Foram amorosos, a rapariga indicou-me logo onde podia tomar um duche perguntou se queria roupa, deixou-me por tudo a secar e ainda me perguntou se queria um edredon para aquecer, convidaram-me a ficar ali com eles que o tempo ia ficar assim por uns dias e que aquela zona ia ficar isolada...
Isolada era a palavra tabu! Tinha combinado com o Rui de Shanghai e uns amigos dele irmos mergulhar para a Malásia e tinha que apanhar um voo de Saigão para Kuala Lumpur dentro de pouco mais de uma semana e até lá queria descer o Vietname de norte a sul... Ficar isolada em Sapa no minimo durante 3 a 4 dias como eles diziam não fazia, de todo parte, dos meus planos.
Decidi fazer uma visita rápida a Sapa e seguir nesse mesmo dia de volta para Lao Cái e sair dali antes da região ficar mesmo isolada...

Em Sapa a minha primeira recordação é o aspecto europeu da vila em contraste com os habitantes com trajes tradicionais. A influência francesa é enorme e parece que estamos numa estância de montanha nos Alpes... no carnaval. A minha segunda recordação é um prato de carrrrrrnnnnneeee óptima!








Mas falando um pouco de Sapa, as montanhas Hoang Lien Son dominam a região que se localiza na extremidade este dos Himalaias e incluem a montanha mais alta do Vietname e o último pico mais alto dos Himalaias, Fan Si Pan, com 3142m. Sapa localiza-se a 1600 m. O turismo está virado essencialmente para desportos e passeios na montanha onde se encontra uma diversidade extraordinária de espécies raras ( diz-se que nesta posição geográfica convergem as 14 áreas geográficas existentes no mundo). A paisagem reflete a relação que as minorias étnicas que povoam a região têm com a natureza e uma atracção desta região são os passeios que se podem fazer pelas diversas aldeias típicas

Em 1891 a região passou a estar sobre domínio francês colonial directo de modo a este conseguir assegurar e policiar a fronteira norte da colonia. Os primeiros residentes franceses instalaram-se em Sapa em 1909. O clima era agradável e em 1912 Sapa era um sanatório para oficiais. Desde 1920's alguns empresários endinheirados construiram diversas moradias na região. Com o fim da 2nd GG as hostilidades internas levaram à destruição de quase todos os 2oo edificios coloniais existentes fosse por vietnamitas fosse pelos raids aéreos franceses. Por volta de 1960 politicas incentivaram o desenvolvimento da região e alguns habitantes das regiões mais baixas foram para Sapa. Desde 1993 com a abertura ao turismo a cidade começou a desenvolver-se.





Os habitantes da são uma série de minorias étnicas das montanhas. Além dos Kinh (Viet) people (15%) há 5 grupos étnicos mais importantes: Hmong 52%, Dao 25%, Tay 5%, Giay 2% e alguns Xa Pho. Cerca de 7,000 vivem em Sapa, os restantes 36,000 estão espalhados por aldeias na região.

Tive oportunidade de assistir a um espectaculo com as diferentes minorias. As danças e as músicas eram impressionantes.





Contra as advertências dos meus benfeitoresde Sapa que insistiam que a região estaria isolada por alguns dias, decidi voltar a Lao Cai. Na verdade a principal dificuldade que senti no Vietname foi saber exactamente o que se passava, ninguém sabia dar informações explicitas e seguras acerca de nada, (pior que o Vietname só o Cambodja). Assim decidi sair dali antes de ficar presa e dirigir-me à estação de comboios de Lao Cai para apanhar o primeiro comboio para Hanoi. Havia comboios noturnos e queria apanhar um.

Desta vez nem hesitei e arranjo uma moto taxi. Asseguro-me que tem uma capa de plástico para mim e para a mochila e lá fomos.

Confesso que pelo caminho os meus pensamentos se iam dividindo entre " que paisagem fabulosa" e "serei maluca? a estrada está um perigo a qualquer momento pode haver uma derrocada!" quase num misto de graças a Deus pelas maravilhas e socorro Deus eu sei que sou inconsciente... lol lá segui.

Ainda tirei umas fotografias em movimento, devo ter uma costela de jornalista... e um parafuso a menos... mas aqueles campos de arroz em socalcos, aquele verde eram mesmo bonitos e assim de mota e como a chuva tinha abrandado dava para gozar ao máximo a vista.

Mais para o fim da viagem, já no sopé da montanha, passámos por zonas completamente inundadas, campos, casas, a estrada cheia de água... impressionante. Mas felizmente chegámos bem a Lao Cai pouco antes do anoitecer.





3. LAO CAI (Parte II)



Chego à estação de comboio e dizem-me que não há comboios, nem autocarros, nem nada estamos isolados! Não queria acreditar e continuava sem grande informação porque ninguém sabia bem o que se passava.

Encontro um casal de Hong Kong e começamos a avaliar a situação... dizem-me que há turistas que conseguiram arranjar um transporte para Hanoi na manhã seguinte estamos a falar de 350 km que podiam demorar um dia a precorrer.

Seco-me ali mesmo na estação e eles também e dirigimo-nos para fora da estação. Rapidamente começamos a encontrar diversos grupos de turistas de todas as idades e nacionalidades e combinamos com um alguns deles ficar no hotel onde estavam e encontrarmo-nos no dia seguinte cedo para tentarmos sair dali...

Nnguém estava com muita vontade de estar preso em Lao Cai acima de tudo porque não se entendia o que se passava, as embaixadas não tinham muita informação e as pessoas tinham medo de que a situação que ninguém conhecia piorasse. No meu caso o problema era mesmo não ter dias para perder tempo ali.

Esta foi a rua onde ficámos num hotel razoável... Achei alguns prédios fabulosos.





Na manhã seguinte lá nos encontrámos e na praça principal tentámos em conjunto com outros turistas entender a situação e alternativas para sair. Conseguimos entender que as estradas estavam cortadas por causa das derrocadas e inundações, falava-se numa ponte caida mas algumas carrinhas estavam dispostas a levar as pessoas por autênticos balúrdios. Questionava-se a seriedade dos motoristas e se não seria arriscado sair dali à mercê deles. Falou-se em motas mas 350 km era arriscado, falou-se em contornar a montanha mas tinha de se fazer por estradas no meio da floresta em jeeps e dizia-se que no dia anterior alguns turistas tinha morrido na montanha... alguns achavam que mais valia esperar mas ninguém dava garantias de até quando. Já se falava em 7 dias. No meio destas discusões todas entre espanhois, ingleses, franceses, americanos, italianos, chineses, portugueses (eu eheh)... surge um americano a dizer que ia seguir com um grupo de franceses que estavam com guias turisticos e que se iam por a caminho numa carrinha da agência de viagens deles - era a solução ideal estavam à responsabilidade da agência e com guias Vietnamitas - disse que ainda tinham um lugar e como eu era a única que estava sozinha podia ir com eles. Claro que fui!

Lá seguimos em direcção a Hanoi pelo meio da zona devastada pelas cheias.








Passada uma hora os guias decidem parar para almoçarmos... ficámos todos furiosos queriamos seguir caminho e aproveitar que estava bom tempo e eles queriam parar?? Tentámos entender o que se passava e explicam que há uma estrada cortada mais à frente e que mais vale parar ali. Como iamos vendo carros a passar na direcção contrária achámos estranho mas não conseguiamos mesmo ter a noção exacta do que se passava. Lá parámos e almoçámos meio desconfiados de que a paragem fazia era parte dos planos deles e não dos nossos.


Ainda ficámos mais de uma hora ali e aproveitei com alguns deles para passear. As paisagens são realmente fantásticas.





Finalmente lá seguimos caminho mas passado pouco mais de uma hora lá demos com a tal estrada que estava bloqueada. Sempre era verdade...

Saimos do autocarro e passeamos por ali até que finalmente após uma série de trabalhos na estrada os carros começam a andar. Nessa altura e enquanto nos dirigiamos para a passagem estreita o autocarro fica preso na lama e começa a patinar junto à ravina...olhámos todos uns para os outros e mal nos dizem que será melhor sairmos corre tudo para a porta... também do lado da ravina... lá nos pusemos a salvo e depois já novamente em segurança dentro da carrinha conseguimos passar mais aquela barreira.






4. BAO YEN (Bảo Yên)

Foi já de noite que chegámos a Bao Yen. Agora os guias queriam parar para jantar, que frustante sentiamos que se tinha passado um dia e que não tinhamos avançado nada... o que era uma realidade tinhamos andado uns meros 30 km ou algo assim ao que parece.

Quando chegamos aqui deparamo-nos com todos os turistas que tinham saido de Lao Cai, inclusivé aqueles que tinham apanhado o último comboio e que tinham acordado a meio da viagem com os gritos das pessoas a mandá-los sair rapidamente do comboio, um americano que ia nesse comboio contou que tinha andado na noite cerrada pelo meio da floresta seguindo os nativos da região e que a certa altura tinha entrado para um autocarro. Já no autocarro de repente começa a entrar água pelas janelas e tem de fugir para não ser levado pela água.

Explicam que as aldeias ali à volta estão todas inundadas, falam em 4 metros de água. Contactámos as embaixadas que pouco sabiam mas deixavam em aberto a possibilidade de resgatar as pessoas de helicóptero, confesso que não contactei a embaixada de Portugal imaginei que não me ia servir de nada... O Elliot que me tinha arranjado o lugar vago na excursão assegurou-me que se viesse um helicóptero americano lhes dizia que eu era a sua "portuguese wife" eehe.

Lá ficámos em Bao Yen à espera de notícias e a ver como sairiamos dali. Uns decidiram sair de mota mas não havia motas para todos (não imaginam a quantidade de turistas que ali estavam) nem havia certezas de nada do que as esperaria e a eventualidade de resgate aéreo estava cada vez mais certa já um grupo de turistas tinha sido levado nessa manhã. Optei por esperar.

Enquanto esperava aproveitei para passear um pouco e para uma refeição especial vejam a faca de sobremesa que me arranjaram...





Apesar das notícias não serem muito concretas foi em Bao Yen que entendemos o que se passava pois conseguimos aceder à internet. Aqui segue a fotografia da causa de toda esta aventura: A tempestade tropical severa Kammuri (designação internacional: 0809; designação do JTWC: 10W; designação filipina: Julian)





Apesar de naquela altura as notícias serem vagas aqui anexo uma notícia que surgiu mais tarde:

"A tempestade tropical severa Kammuri foi uma tempestade tropical que atingiu o sul da China e a Indochina no começo da Agosto de 2008, Kammuri provocou danos generalizados no sul da China, no norte do Vietnã, no Laos e no nordeste da Tailândia. Na China, a região mais afetada foi a região autônoma de Yunnan, onde pelo menos 40 pessoas perderam suas vidas devido às enchentes severas e aos deslizamentos de terra. No Vietnã, cerca de 120 pessoas morreram devido às chuvas torrenciais. Os prejuízos económicos direitos totais nos países afectados foram calculados em 409 milhões de dólares. Nas regiões montanhosas do norte do Vietnã, Kammuri provocou chuvas torrenciais que causaram severas enchentes, enxurradas e deslizamentos de terra, provocando a morte de 133 pessoas e o desaparecimento de outras 34. A província de Lao Cai foi a mais atingida, onde 36 pessoas morreram e outras 32 ficaram desaparecidas. Também nas províncias, 17.800 residências foram danificadas pelas enchentes, sendo que 798 foram completamente destruídas. As enxurradas destruíram estradas, rodovias e linhas férreas, além dos meios de telecomunicação, deixando várias localidades isoladas; cerca de 16 pontes foram totalmente destruídas. Cerca de 15.200 hectares de plantações também foram completamente destruídos. Cerca de 1.600 turistas que tinham como destino a localidade de Sa Pa ficaram retidos num comboio devido à ameaça de deslizamentos de terra. O governo vietnamita também enviou helicópteros do seu próprio exército para resgatar sobreviventes das chuvas torrenciais onde o acesso em terra ficou impossibilitado. Cerca de 2.700 soldados e helicópteros retiraram mais de 5.000 pessoas das províncias afetadas."

Pois é não foi brincadeira...

Após algumas horas lá tivemos a notícia de que o nosso helicóptero chegaria em breve e dirigimo-nos para o local de aterragem onde um mundo de gente se juntou para observar o espectáculo...





O helicóptero lá chegou e começamos a dirigirmo-nos para ele... de repente estavamos rodeados por um mar de gente que tinha ido ver o helicoptero de perto.





Alguns chegaram inclusivé a entrar lá dentro para espreitar eheh... só me lembro de uma senhora desdentada a entrar por ali dentro muito curiosa, que engraçada... E lá partimos sobre os olhares atentos de metade dos habitantes da terra...

A viagem deu para ter uma boa noção do que tinha acontecido e deu para sentir uma grande preocupação pelos que se tinham aventurado por terra. Uma rapariga que vinha connosco tinha ficado separada da familia e estava bastante preocupada. Falava-se em turistas a serem resgatados do meio de derrocadas... Enfim eu e o Elliot acabámos por nos juntarmos a ela e acordámos ficar todos juntos até ela ter notícias.





5. HANOI (Hà Nội)

Passada menos de uma hora acho aterrámos sãos e salvos em Hanoi! Hanoi é a capital do Vietname.





Adorei Hanoi, talvez pelo contentamento de estar de novo "on track" mas porque achei que apesar de todo o mal inerente à maioria das cidades asiáticas tinha magia!

O "Old Quarter" perto do lago Hoan Kiem lake, mantém a traça original. Cada rua tinha comerciantes relacionados com um tipo de mercadorias ou profissões e os nomes das rus ainda mantêm essas referências, à semelhança da baixa de Lisboa. Esta área é famosa pelo artesanato e todo o tipo de lojas incluindo de sedas. Podem encontrar-se aqui inúmeros restaurantes especializados nas comidas locais e vários bares e clubes.

Foi aqui que ficámos e onde jantámos e bebemos uns copos nessa noite. No dia seguinte tivemos notícias que todos os nossos amigos tinham chegado bem mas que tinham demorado umas 12h a fazer o caminho. Mais tarde também soube que os que tinham ficado em Lao Cai tinham apanhado o comboio na manhã em que saímos de Bao Yen e demoraram mais de 24 horas a fazer os 350 km até Hanoi.





Aqui em Hanoi separám-nos todos porque cada um tinha os seus planos e seguimos com as nossas viagens. Eu ainda fiquei e aproveitei para visitar a cidade.

Há coisas que marcam em Hanoi e uma ma é a alegria que se tem quando se aprende a atravessar as ruas... eu até sou destimida mas confesso que hesitei umas 10 vezes antes de conseguir sair do passeio... o segredo é andar e não olhar muito e confiar que as 98654432456789 motas hão de desviar-se de nós...

Pois é as motas dominam as estradas no Old Quarter e na generalidade da cidade... As motas são mesmo a maneira mais comum de nos movimentarmos na cidade e eu que detesto filas foi o único transporte público que usei, mesmo quando me vi em sentido contrário com 34567 motas a virem na nossa direcção pensei... o moto-taxista há-de saber o que faz...ehehe vejam com atenção a primeira foto...





Uma cidade entre rios, Hanoi tem lagos muito bonitos e é por vezes chamada "cidade dos lagos" Os lagos mais famosos são o Hoàn Kiếm no centro da cidade e o West Lake (Hồ Tây) é o ponto de encontro e de passeio para muitas pessoas, maior da cidade e tem vários templos próximos.





Outro lugar encantador é o Temple of Literature. também é engraçado ver os edificios coloniais espalhados pela cidade.





Ainda teve graça a minha última noite em Hanoi. Tinha regressado de Halong Bay (que vou mostrar a seguir) e queria ir para Hué, ainda tinha chegado a tempo de apanhar o último avião mas como era para o próprio dia tinha não o estava a conseguir comprar online, a alternativa era um comboio noturno que me diziam no hotel que estava cheio e falaram-me num autocarro noturno. Achava estranho não haver lugares no comboio e já não estava a acreditar em nada, tinha a sensação que não diziam tudo, não é que seja assim mas não inspiram confiança quando dão indicações são muito de sim ou não mas não explicam nada...
Tinha que em questão de poucos minutos conseguir ir a uma agência de viagens confirmar o avião se não conseguisse tinha de assegurar o bilhete de autocarro enquanto ia à estação tentar comprar um bilhete de comboio... se não conseguisse tinha mesmo de ir no autocarro que me recomendavam no hotel mas que saia cedísssimo.
Se fosse de autocarro não ia ter tempo para um espectáculo a que queria assistir e que tinha dito a um holandês que foi no tour de Halong Bay que ia ver. O Martim tinha dito que ia comigo e por isso estavamos juntos, conclusão o Martim veio comigo nestas andanças hotel-agencia1-agencia2-hotel-estação-hotel, sempre os dois a partilharmos uma moto taxi ehehe ele deve ter achado que os portugueses são loucos eheh só disse que estava a ser divertido eheh Lá comprei o bilhete para essa noite e ele aproveitou para comprar o dele para o dia seguinte e fomos já atrasados tentar ver o espectáculo.

O Water Puppet Theatre é um teatro tradicional com um show de marionetas na água típico de Hanoi. Já chegámos atrasados e obviamente não nos queriam deixar entrar, lembrei-me de mostrar o bilhete de comboio para essa noite e a minha cara de "vá lá!" convenceu-os. Não só nos deixaram entrar como não nos cobraram os bilhetes e ainda nos levaram a uns lugares nas primeiras filas. Umas simpatias! Quanto ao espectáculo adorei! Tem um "palco" de água onde decorre a acção. Os fantoches parece que se movem sozinhos na água e com um sincronismo impressionante. O segredo está nos artistas escondidos por trás da cortina que estão dentro de água protegidos por calças de borracha e que manobram os fantoches presos a uns cabos longos. A música ao vivo e típica dá ainda mais encanto às cenas.





Depois do espectáculo ainda jantámos qualquer coisa rápida passei no hotel para ir buscar a mala e segui para o comboio rumo a Hué. Mas antes de Hué vou mostrar a minha visita a Halong Bay.

Vejam http://www.pt.bcdtravelinmotion.com/index.php?article_id=85430.


6. HALONG BAY

Segui para Halong Bay num tour. Do caminho lembro o sempre presente verde chocante do Vietname e a paragem para o pequeno almoço num local onde crianças trabalham em impressionantes quadros feitos de linha.





A melhor maneira para usufruir da região é de barco. E barcos prontos para partir com turistas é coisa que não falta. São barcos de madeira caracteristicos e é interessante viajar por aquelas águas assim.




Halong Bay e património da humanidade segundo a Unesco. É uma zona repleta de formas cársicas inclui 434 km2 e 775 ilhotas. Diz-se que as formações mostram uma completa evolução cársica de 20 milhões de anos. Diz a lenda que quando os Vietnamitas estavam a combater os invasores chineses os deuses enviaram uma família de Dragões para defender a terra. diz-se que os dragões cuspiam joias e jade que se transformaram em ilhotas que povoam a região. Depois disso já em tempo de paz os dragões decidiram viver ali. Long significa dragão.
Quanto à beleza não vale a pena comentar...





Há uma série de aldeias flutuates nesta região e uma comunidade de 1600 pessoas. Vivem em casas flutuantes e sutentam-se com a pesca e pela cultura marinha.







Outros ganham a sua vida vendendo fruta e outras comidas aos passageiros dos diversos barcos.





Saimos do barco grande para um pequeno barco a remos para descobrir alguns lugares mais inacessíveis. A maioria destas ilhotas são formações cársicas isoladas com alturas entre 50 a 100 metros, 6 vezes mais altas que largas. Dentro de algumas destas ilhotas há lagos. Um deles conseguimos aceder por uma gruta. Não imaginam a sensação de calma, paz deste autêntico paraíso escondido.








Além de visitarmos o exterior e os lagos visitámos também o interior de uma destas formações. Muitas destas ilhas cobertas por vegetação tropical são ocas por dentro com grutas enormes. A Hang Đầu Gỗ é a maior gruta de Halong Bay e esta coberta de estalactites e estalagmites.





Depois de Halong Bay segui para Hanoi para seguir para Hué. Já contei essa parte e tinha ficado na parte em que me dirigi à estação para apanhar o comboio noturno para Hué.


7. HUÉ

É conhecida acima de tudo pelos monumentos e arquitectura. Os locais mais interessantes são a Citadela com a sua cidade proibida e a Thin Mu Pagoda. A minha a visita a Hué foi breve e para mim o ponto alto foi quando me perdi e passei na zona reservada de um mosteiro onde estavam uma série de monges a rezar numa sala. Não deram por mim e também não me quis aproximar muito mas senti-me como se estivesse num filme daqueles em que vimos os monges em retiro a rezar...




Talvez porque finalmente me estava a dirigir para o bom tempo talvez pelas características do país mas o que recordo mais desta zona central do Vietname é a luz e as cores fortes do azul do mar e do verde da vegetação. Numa zona ou outra mais árida lembrou-me o Algarve...






8. De HUÉ a DANANG

Como disse a minha passagem por Hué foi breve e segui nesse mesmo dia rumo a Danang. A paisagem sobre o Mar da China diz tudo!





A luz e as cores...







9. DANANG (Đà Nẵng)



É a maior cidade portuária da região centro-sul do Vietname. Tem duas atracções de destacar. A famosa Paia da China e as Marble Mountains - 5 colinas de mármore onde existem inúmeras caves budistas.
(já devem ter reparado que me tornei mais telegráfica ehee é que quero acabar o post hoje e estas fotos dizem quase tudo)





10. HOI HAN (Hội An)

É uma pequena cidade na costa do Mar da China. Era um importante centro de comércio durante os séculos 16 e 17 onde chineses, japoneses, indianos, etc se instalaram. Ficou dessa altura uma ponte japonesa coberta chamada Chùa cầu, esta é a única ponte coberta conhecida com uma Pagoda ligada a um dos lados. Nota-se também na cidade a influência francesa, inglesa, espanhola e portuguesa. A zona antiga foi declarada património mundial pela unesco.

Hoje em dia a pequena cidade atrai um universo imenso de turistas atraídos pelo ambiente festivo, pelos artefactos e alfaiates, as ruas são monstruários de roupas feitas à medida. Encontram-se inúmeros bares, internet cafés, restaurantes junto ao rio.

Quando cheguei a Hoi An estavão lá uma série de turistas que tinha conhecido em Lao Cai inclusivé o Elliot que já lá tinha passado uns dias e que me levou na mota que tinha alugado a ver os cantos à cidade.



Eu tive a sorte de chegar a Hoi An na festa da lua cheia, não só encontrei lá alguns dos conhecidos que tinha feito em Lao Cai como tive a sorte de ver a cidade em festa!




Nesta festa da Lua Cheia crianças vendem caixas de papel com velas que as pessoas deitam ao rio, faz um efeito fabuloso de luz. Foi muito giro e energizante passear por aquelas ruas cheias de gente. Engraçado que aquele ambiente por momentos me fez esquecer que estava na Ásia.





De Hoi An segui de avião para Saigão. Eu sei que estou a escrever mais a despachar mas na verdade com o tempo que perdi no norte e com a viagem marcada para Kuala Lumpur esta parte da viagem foi ela própria feita um pouco a despachar... até se conjuga bem eheh...


11. HO CHI MINH / SAIGÃO

(Acabei de perder tudo o que já tinha escrito de HCMC, esta cidade gosta de pregar partidas!)

Ho Chi Minh City, em honra de um líder comunista com o mesmo nome, é a maior cidade do Vietname. Com o nome, Saigão, foi a capital da colónia francesa da Cochichina e entre 1954 e 1975 um estado independente do sul do Vietname. Em 1976, com o estabelicimento da República Socialista Vietname do passou a chamar-se Ho Chi Minh embora em conversação o nome mais utilizado seja Saigão.

A influenciada francesa na cidade que foi conquistada pela França em 1859 é marcante e inúmeros edifícios de estilo ocidental reflectem esta influência de modo a que Saigão era chamada “Paris do Oriente”.

O centro da cidade está situado nos bancos do rio Saigão a 60 km do sul do mar da China. É a região metropolitana mais povoada do Vietname e de toda a Indochina, a maioria da população é Vietnamita (90%) havendo alguns grupos minoritários de Chineses e outros povos locais. A maioria são Budistas de todas as seitas incluindo Taoistas e Confucionistas (80%), Católicos Romanos (11%), Protestantes (2%) e outros como Islâmicos e Hindus.

Quando estava a passear por Saigão vem uma rapariga meter conversa comigo a certa altura explica que gostava de conversar porque queria treinar o Inglês, era estudante. Lá começo a falar com ela e visita um pouco da cidade comigo, acabou por ser um pouco guia embora não fosse dali, mas foi uma companhia e senti que a estava a ajudar.





No mercado de Saigão aproveitei para ver fazer e beber um sumo de cana...





Saigao é a Capital mundial das motas com mais de 4 milhões e mais de 500 000 carros que enchem as artérias da cidade e tornam a poluição e o trânsito um problema. Eu que o diga…

Há semelhança de Hanoi, as moto taxis são o meio mais popular de andar na cidade e a qualquer momento estamos a ouvir “Motorbike you?” As ruas são um perigo devido ao comportamento errante dos condutores que andam em sentido contrário, passam sinais encarnados, não param para deixar ninguém passar, etc..





Por tudo o que disse acima decidi ir para o aeroporto de moto taxi. O trânsito estava parado e nem as motas conseguiam passar, o taxista ao que percebi mais tarde não devia estar muito habituado e acho que se perdeu, além disso não era como as outras motas que subiam passeios e andavam contra mão.... Estavamos a demorar tempo demais e comecei a ter receio de perder o avião... Lá perguntei a uma pessoa que estava num carro ao nosso lado para lhe explicar o caminho, disse-lhe que ia perder o voo se não saissemos dali e comecei a fazer-lhe sinal para cometer uma série de infracções, subimos passeios, andámos contra-mão sempre que eu via uma oportunidade lá lhe fazia sinal e lá iamos nós e as restantes motas eheh

Estava para o matar, é que quando apanhei a mota-taxi perguntei se ele sabia ir para o aeroporto e disse-me que sim com a maior das certezas... Bem a verdade é que já no aeroporto ele nem sabia ir para as partidas. Aí saí da mota e peço ao carro que estava atrás se me leva às partidas e lá fui.

Cheguei ao check-in faltavam uns 20 min para o voo mas o check-in estava fechado... não havia ninguém a quem pedir para me embarcarem...

Estava preocupada porque ia ter com o Rui e uns amigos a Kuala Lumpur, não tinha como os avisar e tinha combinado com o Rui irmos a Melaka no dia seguinte porque no outro dia tinhamos todos um voo para o Borneo. Já não havia voos nessa noite e perder o avião ia significar uma série de stresses. Deixá-los pendurados, não ia a Melaka, tentar arranjar um voo que chegasse a tempo do voo que tinha com eles para o Borneo e ainda teria de voltar à cidade para passar a noite.

Dirigi-me a um balcão. Faço um bom drama da situação a ver se as funcionárias me ajudam... afinal o avião ainda lá estava... mas nada... apenas me indicam o próximo voo e dizem que dá tempo para o meu voo de ligação... tento ir pela questão do preço para ver se realmente não podem fazer nada, achei que seriam sensiveis a isso, mas não, continuam a dizer que não podem fazer nada.

Começo a preparar-me para comprar o bilhete (já lhes tinha dado o passaporte) quando me dão um bilhete já pago para a mão. (?!) Explicam-me que uma senhora tinha ouvido a conversa e me tinha oferecido o bilhete, vou ter com ela para agradecer e explicar, quando lhe digo que o quero pagar, apenas me diz que já passou pela mesma situação e pede-me para aceitar e afasta-se.

Fico meia parva a olhar para o bilhete sem saber o que pensar e ao mesmo tempo consciente de que tinha perdido o avião... confesso que fiquei meia apática a última coisa que me apetecia era voltar a apanhar um taxi para Saigão e fui sentar-me a digerir a situação. Entretanto recebo um sms do Elliot que pergunta se ainda estou em Saigão porque chega nessa noite. Lá lhe conto o filme e combino encontrá-lo em Saigão.

Sem a menor vontade de voltar para a cidade vejo um taxi de turismo com um guia a chegar com uns passageiros e pergunto-lhes se me podem levar para a cidade que não estou com muita vontade de apanhar um taxi normal, que apenas tenho uma morada que o Elliot me tinha enviado por sms e que nem sabia bem onde era. Amorosos lá me levaram ainda fizeram um telefonema para confirmar a morada e até sairam do taxi comigo para garantir que me estavam a deixar no sitio certo. Quando quis pagar não aceitaram... mais uma vez fiquei meia parva a olhar para eles mas não quiseram mesmo.

Lá consegui quarto, paguei e fui logo à internet para avisar o Rui e sai para jantar. Entertanto chega o Elliot que me apanha meio amuada por ter perdido o avião e que me conta que no dia seguinte ia fazer o tour que eu queria ter feito ao Mekong mas não tinha feito por receio de perder o avião... acho que o fulminei com o olhar ehehe mas nada como um amigo para as ocasiões e o Elliot que conheci em Lao Cai acabou por ser uma presença sempre constante no Vietname e um bom amigo. Após contar o filme eu lá "snapped out of it" e decidi que no outro dia ia com 4h de antecedência para o aeroporto! eheh


12. Mekong Delta (Dồng Bằng Sông Cửu Long)


Durante a minha estadia em Saigão cheguei a ir ao Mekong Delta (Dồng Bằng Sông Cửu Long “Nine Dragon River Delta”), não fiz o tour que queria porque podia perder o avião que até perdi... (D. estava escrito)... ehehe mas quando quero, quero e lá arranjei uma alternativa dentro do meu horário...

Primeiro dirigi-me à estação de autocarros. Indicam-me um autocarro que diz um nome qualquer que não reconheci. Depois de perguntar a toda a gente no autocarro se ia para onde eu queria e de me dizerem uns sins pouco convincentes lá me sento... (não entendiam nada do que eu dizia... acho que tentei inglês, frances e vietnamita...)

O autocarro parte e uns dez minutos depois uns fazem-me sinal para sair... estavamos no meio da cidade sem perceber nada pergunto a uma velhota que está com uma rapariga se devo sair e acenam-me que sim... pouco confiante saio e então entendo que me estão a levar para um chapa... desculpem adoptar o nome moçambicano mas é o que sei...

O filme do costume... o chapa não sai enquanto não enche... e eu não tinha muito tempo tinha de regressar a Saigão a tempo de apanhar o avião... Lá tento confirmar quanto tempo demora a viagem e faço as minhas contas... se ficamos ali muito tempo começa a ser apertado, também não tinha noção de quanto demoraria no meu destino... Acho que fiz todo o tipo de pressão psicológica possível e incluisivé ofereci-me para pagar os lugares vazios e até ameacei que me vinha embora... Finalmente lá arrancaram... para outro sítio onde tentavam angariar passageiros... já estava mesmo a desistir quando nos passam para outro chapa que fica cheio e partimos. Eu vinha no lugar da frente junto ao condutor e a primeira cois aque reparei foi na direcção completamente torta... quando ele andava em frente tinha o volante todo puxado para a esquerda... de resto as fotos que falem...





A certa altura e num local ao pé da estrada dizem-me para sair... sem fazer ideia de onde estou, não saio en quanto não me confirmam que é ali mesmo que tenho de sair, lá me mostram que terei de apanhar outro transporte desta vez uma moto-taxi e lá vou... Explico para onde quero ir (penso que era My Tho) e o que quero ver e o rapaz diz-me que me leva a uma guia.

Lá explico à guia as minhas restrições de horário e sugere mostrar-me o Mekong e depois me levar-me a Saigão a horas. Pareceu-me o mais seguro... aceitei.

O Mekong Delta é a região sul do Vietname onde o rio Mekong desagua através de uma série de canais. A região compreende 39000 km2 sendo que a área coberta por água depende da estação.

Esta zona vive da produção de arroz e pesca de peixe e marisco muita da produção para exportação as casas e mercados flutuantes são impressionantes.





A certa altura entramos por umas ruas estreita e entramos mesmo para o coração do rio, um espectáculo!



E a guia vai-me mostrar uma fábrica... vejam as fotografias e adivinhem de quê?...



Pois é quando eu disser vão pensar várias vezes antes de voltarem a comer disto... olhem bem alguma ideia?... pois é eu digo... é uma fábrica de esparguete... noodles, em inglês, que é como eles dizem.

Chega a hora de nos pormos a caminho de Saigão e durante a viagem de moto que demorou no mínimo 1h30m pensei uma quarenta vezes que não tinha sido tão boa ideia assim... a condutora era louca... ultrapassava toda a gente e falava ao telemóvel sistematicamente, o assento era desconfortável de mais e estava um sol abrasador... para terminar em cheio à chegada começa a chover e apesar de termos vestido a correr umas capas de plástico ainda apanhámos uma boa molha...

Era neste dia que ia para Kuala Lumpur mas perdi o avião por causa do taxista como contei em cima... Deve ter havido algum alinhamento astrológico qualquer porque foi mesmo um dia su-real eheh mais uma aventura! Ou será do Vietname... na verdade os planos saiam sempre um pouco ao contrário...

Bem após perder o avião como contei voltei a Saigão e só apanhei o avião no dia seguinte penso que eram umas 14h ou algo em direcção à Malásia.

(Aguardem pelas fotos de cortar a respiração das ilhas e do mergulho!)

1 comment:

Worldphototravel said...

Olá Patrícia
Arriscaste um bocadito!
Se fosses minha filha fechava-te num quarto até ganhares juízo. Ditosos pais que tem uma filha assim "desenrascada".
Li algures escrito por ti que a fé ajuda-te a manter a calma e a esperança em que "o pior vai passar" e passa mesmo.
Será só a fé ou o facto de encarares com serenidade esses momentos difíceis é que te ajudam a ultrapassar os obstáculos?
Não sou crente mas admiro as pessoas que sendo, admitem-no e até justificam os seus sucessos com essa fé, subavaliando o seu valor.
Na minha modesta opinião, e decerto os teus pais e amigos estarão de acordo comigo, não deves arriscar tanto. Principalmente se sozinha.
É que já são vários "casos", como aquele no norte de Moçambique a caminho do lago Niassa.
Bons passeios, com riscos e segurança QB.
Carlos Martins