CHINA

A República Popular da China (RPC), vulgarmente conhecido como China (中国), é o estado mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de cidadãos. Localizado no leste da Ásia, é um estado de partido único governado pelo Partido Comunista da China (CPC).

A República Popular da China exerce jurisdição em mais de 22 províncias, cinco regiões autónomas, quatro municípios directamente administrados (Pequim, Tianjin, Shanghai, Chongqing e ) e dois altamente autónomos - as regiões administrativas especiais (RAE) - de Hong Kong e Macau.  A sua capital é Pequim.


É um dos maiores paises do mundo e a sua paisagem é imensamente diversificada, com estepes e desertos (Gobi e Taklamakan) no norte seco perto da Mongólia e Rússia, florestas subtropicais no sul, próximas  ao Vietname, Laos, e Birmânia/Myanmar, cadeias montanhosas na região dos Himalaias e que constituem fronteiras naturais com a Índia, e uma longa costa limitada a sudeste pelo Mar da China Meridional e a leste pelo Mar da China Oriental para além do qual ficam Taiwan, a Coréia e o Japão.

Com cerca de 4.000 anos de história, a China é uma das mais antigas civilizações do mundo. E já antes do século XIX  possuía uma das sociedades mais avançadas do mundo. Mas sucessivas dinastias perderam a revolução industrial que ocorreu na Europa e na China começou a declinar.  No século XIX e XX, o imperialismo europeu e japonês, a fraqueza interna e a guerra civil prejudicou o país e a sua economia, e levou à queda do regime imperial. Em 1949, após grandes combates a Guerra Civil Chinesa terminou e emergiram dois Estados que se autodenominavam "China". Eram a: República Popular da China (RPC), criada em 1949, vulgarmente conhecido como China com controle sobre a China continental e os territórios de Hong Kong (desde 1997) e Macau (desde 1999); E a República da China (ROC) fundado em 1912 na China continental, agora conhecida como Taiwan com o controle sobre as ilhas de Taiwan, Penghu, Kinmen, Matsu, grupo de ilhas Pratas, e algumas outras ilhas distantes.

Na década de 1970 na China continental, as reformas conhecidos como os Quatro Modernizações melhorou agricultura, indústria, tecnologia e defesa, elevando os padrões de vida e tornando a RPC uma das grandes potências. Em 2011 incluiu os desafios de crescimento divisão entre ricos e pobres degradação e ambientais. 

Nunca precisei de grandes desculpas para viajar, é já por si uma paixão. Depois fascina-me ir à descoberta de culturas completamente diferentes e ainda me apimenta a vontade, o sabor a aventura e mística que certos destinos parecem ter. Além disso, adoro estas viagens estilo "road trip" em que o destino de amanhã, amanhã se decide... 

Esta viagem, que começou na china,  à Ásia era uma das que estavam na minha lista de "to travel to". Já em 2006, quando regressei de Moçambique, estive para cometer a sã loucura de chegar às 6am de um voo de 10 horas para embarcar às 12am noutro de 14 horas para a China. Por sorte ou azar, quando soube a data do meu regresso, já não ia a tempo de me colar ao grupo, pelo menos sem ter de pagar uma pequena fortuna pelo voo... Bem, a verdade é que o apetite aguçado, pelo "quase ter ido", ficou mais forte.

Faltava oportunidade, leia-se tempo... e a oportunidade surgiu porque ia mudar de trabalho e conseguia tirar um tempo "in beetween jobs"* e assim seria possível fazer uma das minhas desejadas “grandes viagens”. * (desculpem tantos inglesismos, detesto, mas depois de 2 meses quase só a falar inglês é difícil evitar...)

A escolha do destino foi fácil, nesta altura do ano era o local mais quente, das alternativas que estava a considerar e sinceramente prefiro o risco de "chuva a potes" ao frio, friiio, por exemplo, da América do Sul. Além disso tinha, por agora, um amigo, em Shanghai, que se mostrou 100% disponível para me receber o que tornava o primeiro passo mais simples, é que sair daqui para a casa de alguém conhecido, em vez de partir logo para o mundo, torna a aventura um pouco mais gradual... por outro lado, era giro ir enquanto ele lá estivesse pois podia conhecer Shanghai através da experiência de quem lá vive e em boa companhia! Assim, decidi ir e regressar via Shanghai, acima de tudo apetecia-me o poder estar com amigos, no início e no fim de uma viagem que em geral ia fazer sozinha.

Fui sozinha, acima de tudo, pelo motivo mais óbvio... ninguém tem vida para desaparecer 2 meses assim de repente como eu ia fazer ehehe. Fui sozinha porque prefiro ir sozinha a não ir. Fui sozinha porque sabia que viajar sozinha também é muito giro e porque até gosto bastante da minha companhia eheh. Fui sozinha porque não me assusta e sei que no fundo, só estamos sós, quando queremos. A "possibilidade certa" de que ia por minha conta foi algo que assumi desde o inicio, aliás os meus amigos só souberam que ia já depois de comprar a viagem porque não queria de todo ser levada a mudar de ideias...

Depois da decisão seguiram-se os preparativos, numa altura em que estava a mudar de emprego, em que fiz anos e em que imensa gente também tinha jantares e festas… foi uma correria… A longa viagem de avião que para a maioria pode parecer uma tortura soube-me pela vida! Foi a maneira ideal de começar, não lhe tirava nem uma hora de voo eheeh

E assim começa a história…

1. SHANGHAI 上海

Cheguei cerca de 14h depois de ter entrado no primeiro avião: saí de Lisboa na manhã de 6ª feira dia 25, após uma directa, e cheguei a Shanghai na manhã de dia 26, sábado. Valeu-me a facilidade em dormir nos aviões e a minha energia para aguentar cerca de 50 horas só com esse descanso, pois mal cheguei, fui com o meu amigo Rui visitar a cidade, a ideia era aproveitarmos ao máximo o meu tempo ali pois no outro dia iamos sair para fazer wakeboard a cerca de 1h de distância, achei óptima ideia... Foi na excelente companhia dos Rui, do Rui R do Pedro e do João e dos amigos deles portugueses e estrangeiros que passei alguns dias na minha primeira e depois última escala: Shanghai.

É uma cidade cosmopolita e agitada, conhecida, acima de tudo, por ser o centro comercial e financeiro da China. Pela mistura de culturas, de gentes de todas as nacionalidades, pela variedade de restaurantes e de locais de vida nocturna e... pelo céu quase sempre enevoado é comparada a Londres e a São Paulo.

É uma cidade cheia de contrastes, ocidentais e orientais tanto na construção como nos estilos de vida: Por um lado, temos a Baixa repleta de lojas de marcas de luxo, temos o impressionante centro financeiro, o famoso Pudong, como os seus ambiciosos arranha-céus e que se avistam, tanto de dia como de noite, do Bund, um paredão junto ao rio Huangpu, numa imagem de cortar a respiração e temos os edifícios que marcam a presença colonial dos velhos tempos e se encontram espalhados pela cidade e em bairros como o francês.



Por outro lado temos as ruas que os chineses usam como um prolongamento das suas casas... onde comem, jogam, lavam-se, dormem, andam de pijama... e quase tudo mais que se possa imaginar...




Ruas estas onde se pode comprar praticamente tudo, a preços da china é claro... desde frutas e vegetais de todos os tamanhos e feitios, sejam animais, vários tipos de comida, falsificações, tudo se encontra aqui e nos mercados que se prolongam sempre para a rua.





Ainda podemos encontrar zonas com aspecto tradicional chinês, nomeadamente o "old quarter" onde inúmeras lojas fazem enchem as casas típicas e onde os turistas podem encontrar todo o tipo de lembranças, doces e chás. Nestas lojas de chás convidam-nos a experimentar todos os tipos de chá imagináveis. Nunca bebi tanto chá na vida, logo eu que só com uma chávena já fico meia zonza :-)...





Uma das coisas que marca a China e a Ásia em geral, é a quantidade surprendente de gente que se encontra em qualquer lado... Isto justifica, claro, a quantidade imensa de prédios de habitação, cheios de apartamentos que existem na cidade e nos quais, curiosamente, são utilizados alicerces de bambu para as construções ou obras.
O tráfego no meio deste mundo de gente também é curioso pois na estrada a prioridade é sempre a seguinte: carros, motos, bicicletas e só no fim os peões... o que torna uma travessia da estrada às vezes uma aventura...

Outra aventura é andar de taxi... mas uma aventura muito barata... os taxistas mal falam inglês e normalmente têm um vidro de protecção que os rodeia... assim ou sabemos dizer exactamente para onde vamos com a pronúncia absolutamente certa (esqueçam...) ou então temos ter um mapa à mão com as ruas escritas em chinês (e em inglês também, claro) e alguma capacidade de contorcionismo e para lhes conseguirmos mostrar o mapa através do vidro. Em ambos os casos precisamos sempre da sorte de que tenham entendido bem... pois é dificil um chinês assumir que não compreendeu alguma coisa e preferem seguir sem saber bem para onde que dizer que não entenderam...





Pois é a comunicação nem sempre é fácil e assim como os taxistas, a maioria dos chineses não fala inglês e não gosta de dar parte fraca pelo que respondem que sim sem compreenderem ou para nos agradarem... acham graça tentarmos falar chinês e tem piada a criatividade que por vezes é necessária para nos fazermos entender... fartei-me de rir sozinha com as coisas que inventava. Para terem uma ideia das dificuldades e facilidades (porque Shanghai comparado com outros lugares na China até está bastante simplificado para ocidentais) aqui mostro algumas chinesices que fui encontrando pelo caminho:





A impressão com que fiquei foi de que pessoas muito prestáveis e de uma simpatia extrema, mas que são capazes de desviar a cara por terem vergonha de não nos entenderem e que vivem num mundo do salve-se quem puder onde vale tudo para passar à frente numa fila ou apanhar um lugar vazio... São também bastante criativas como é o caso de uns empregados de uma loja de malas de viagem que improvisaram um berço muito original para o filho... de rir...

Detestam o sol e mantém-se brancos a todo o custo... isto tem a ver com o que também acontecia antigamente na europa em o bronzeado era relacionado com as classes trabalhadoras e rurais. Bem, mas o que importa é que fazem de tudo para se manterem assim, seja usando naquele calor extremo: usam luvas, camisolas de manga, meias, chapéus, máscaras e sei lá que mais... Até, imaginem..., até os cremes, sabonetes, desodorizantes, e esses produtos são todos: "whitening"... o que quer que seja que isso signifique...

Em relação ao calor, o clima nesta altura é muito quente, abafado e húmido e mal saimos à rua ficamos logo a sonhar com o próximo banho, mas prefiro calor ao frio e não me importei muito, aliás muitas vezes saia à rua para fugir ao frio gelado dos ar-condicionados que existem em todo lado. Mas outras vezes também saia da rua e entrava estrategicamente em alguma loja ou centro comercial só para refrescar...





Adorei estar em Shanghai muito devido ao carinho e amizade com que fui recebida pelos que lá estão. Todos pessoas extraordinárias e óptimos anfitriões. Foi uma forma marcável de começar esta viagem! Desde estadia, almoços e jantares, passeios, saídas à noite, passeios de bicicleta (à chinesa, sentada atrás com tudo o que era chineses a achar piada ver uma europeia/turista a andar de bicicleta assim), idas a massagens (delicia), fazer wakeboard (adorei) etc, mimaram-me imenso e ainda me levaram a fazer um vestido chinês por medida, aos alfaiates deles, e a meu pedido, ainda ajudaram a escolher o tecido e feitio... imaginem, 3 rapazes, a paciência... mas acreditem ficou muito giro só não publico ainda a fotografia para ser surpresa quando vestir...

Houve sempre programas giros e diverti-me sempre em boa companhia adorei o grupo que está em Shanghai! Ficam saudades!






Vejam: http://www.pt.bcdtravelinmotion.com/index.php?article_id=83693


2. PEQUIM 北京



Em Shanghai tinha 2 opções: ou começava a viagem de sul para norte (indonésia, malásia...) ou de norte para sul (vietname, tailândia...), segui o meu coração, como faço muitas vezes... apetecia-me mais apanhar um comboio para Pequim que um avião para Kuala Lumpur... Mas também segui a lógica de deixar as viagens de avião para o fim quando as pudesse comprar com mais alguma antecedência... E assim, lá abandonei Shanghai e foi num comboio noturno, num lugar "soft sleeper" que parti rumo à minha segunda escala: Pequim.

Quando se viaja sozinha há uma grande tendência para as pessoas que se cruzam connosco, quer por curiosidade quer porque também estão sós, aproveitarem a primeira oportunidade para conversar. Foi interessante que sempre que estava a pensar no que ia fazer alguém aparecia com a solução eheh.

No caso de Pequim, vinha a pensar que quando chegasse tinha de ir procurar o hotel que me tinham indicado, (fui, praticamente toda a viagem, sem nada marcado - liberdade de movimentos total eheh), só sabia que era ao pé de uma determinada estação de metro por isso apesar de me apetecer mais apanhar um taxi, ia ter de tratar de toda essa logistica de mapas, metros, bilhetes... Vinha eu no meio destes pensamentos meio ensonada quando um italiano, me começa a perguntar de onde sou... Lá conversámos um bocado e como era casado com uma chinesa conhecia bem Pequim e a China. Indica-me um hotel excelente, bem localizado, etc... e ainda partilhamos um taxi pois ia para o mesmo local. Deu-me também umas dicas do que ver e ficou de me pôr em contacto com um amigo para arranjar uma licença para ir ao Tibete.

A minha viagem foi sempre marcada por este tipo de encontros providenciais e é uma das coisas que explica também esta minha paixão, por viajar assim, é a possibilidade de deixar a vida guiar-nos e sentir, profundamente, tal como já disse no blog de africa que "Deus existe e me protege". Quando viajo sozinha isto é bem mais claro e foi sempre com um sentido de "não há acasos" que fui acolhendo e deixando-me ser acolhida pelas pessoas que me apareciam no caminho...

Bem mas chega de blá blá porque o que todos querem, eu sei, são fotografias...

Pequim é a capital da China e a segunda cidade mais populosa. O nome em mandarim significa capital do norte. Tem cerca de 10 milhões de habitantes. Comparativamente com Shanghai, é uma cidade com uma riquesa histórica impressionante. É mais tranquila (dentro do conceito asiático eheh) e em que a noção de espaço aberto é mais marcante. (Algum dos meus amigos psicólogos que avaliem, por favor, esta minha mania de dar importancia aos espaços... é das primeiras coisas em que reparo... Filipe, José Carlos o que me dizem? eheh)










Também em Pequim podemos encontrar edifícios impressionantes, alguns construídos para os Jogos Olimpicos cujas fotografias não resisti a tirar da internet.






A propósito dos Jogos, foi engraçado ver uma série de voluntários espalhados pela rua, pessoas de todas as idades e algumas sem a mínima preparação e sem falarem outra lingua que o chinês. Parece que se propuseram para aproveitarem as vantagens de se voluntariarem... Teve alguma graça porque alguns olhavam os estrangeiros com pânico e até fugiam dos turistas. Riam quando não entendiam nada e idicavam as casas de banho quando perguntavamos simplesmente pelo posto de Turismo. Mas a candura deles era tão genuina e a simpatia tão cativante que não havia como levar a mal.

Não vale muito a pena falar do que é do conhecimento comum, que a cidade foi preparada para os jogos, tentou diminuir-se a circulação de carros e as emissões poluentes de algumas fábricas e também se criaram novos jardins. Não conhecia Pequim antes de tudo isto mas pelo que vi não senti o ar nada impossível de respirar...

A cidade Olimpica estava completamente rodeada de grades e achei interessante a enormidade de prédios de habitação que foram construidos para albergar todos os participantes.

Parece também que o protecionismo da China e consequentes dificuldades acrescidas na obtenção de vistos boicotaram as expectativas iniciais de uma maior afluência de turistas para o qual os hoteis e outros serviços se tinham preparado.

Deu para notar levemente em diversas ocasiões a pressão comunista e de desinformação dos chineses para algumas realidades assim como a influência do Estado nas opções na vida e no dia a dia dos chineses.




Nota importante para quem visita a China em particular Pequim, anda-se imenso! Para visitar qualquer sítio anda-se léguas a pé... Ainda não tinha esta ideia quando cheguei e foi sem saber que comecei a minha visita à cidade num tuc-tuc. A minha ideia era apenas aproveitar a viagem de "sight seeing" para almoçar e planear as minhas visitas percebi mais tarde que tinha sido uma ideia muito feliz... ehe

Assim lá me dirigi a uma espécie de "Old Quarter" onde arranjei um tuc-tuc, e pedi ao condutor para me levar a um sítio onde pudesse comprar comida. Levou-me a um lugar, tal como eu tinha pedido onde pudesse almoçar como uma chinesa, e lá comprei um embrulho feito de folha que lá tinha dentro arroz recheado com uns frutos me pareceram tamaras e uns pães recehados com carne e cobertos com sementes de sésamo, deve-me ter custado menos de 1 euro e estava delicioso!

O passeio só não foi mais traquilo pois o condutor insistia a cada 10 metros que parássemos para me tirar uma fotografia ao pé de qualquer coisa... às tantas lá lhe fazia a vontade para o deixar descansar... penso que a última fotografia deste conjunto consegue mostrar, pelo excesso eheh, o falso entusiasmo em pousar para a câmara.










E assim lá visitei esta área da cidade: "Old Quarter": Drum Tower, Di' anmerwai St, Qianhai e Houhai Lakes.








Antes de visitar a Cidade Proibida decidi ir ao Jingshan Park que tem uma vista panorâmica para a mesma. Todo este antigo jardim imperial está sobre uma colina artificial com cerca de 45 metros que foi construida sem a utilização de máquinas. Tem 5 picos cada um com um pavilhão chinês. O motivo da sua construção prende-se com o Feng Shui - era favorável ter o palácio a sul de uma colina - na verdade este jardim protegia a cidade imperial dos ventos norte... Bem a verdade é que vento não havia muito e que me fartei de subir por isso lá aceitei o merecido descanso proporcionado por uma sessão de fotos imperiais...






A Cidade Proibida, construída entre 1406 e 1420, foi o Palácio Imperial da China desde meados da Dinastia Ming até à Dinastia Qing. Durante quase cinco séculos serviu como residência do Imperador e do seu pessoal doméstico, sendo o centro cerimonial e político do governo chinês. Assim depois de ser o lar de vinte e quatro Imperadores, catorze da Dinastia Ming e dez da Dinastia Qing, a Cidade Proibida deixou de ser o centro político da China em 1912, com a abdicação de Puyi o último Imperador (ver filme).

O título de Cidade Proibida surgiu pelo facto de somente o imperador, sua família e empregados especiais tinham a permissão para entrar no conjunto de prédios do palácio. Qualquer outra pessoa que ousasse atravessar seus portões sem a devida autorização, era sujeita a uma execução sumária e dolorosa. Trata-se de uma cidade dentro de outra cidade. Sede de um governo burocrático que comandou o império mais populoso da Terra, ela é o maior palácio do planeta, cujos rumores sempre apontavam a existência de 9.999 divisões.

A Cidade Proibida está dividida em duas partes; o Pátio Exterior ou Pátio Frontal, que inclui as secções Sul e foi usado para propósitos cerimonias, e o Pátio Interior ou Palácio Traseiro, que inclui as secções Norte e servia como residência do Imperador e da sua família, sendo ainda usado para os assuntos de Estado quotidianos.

O desenho da Cidade Proibida, do seu esboço geral ao mais pequeno detalhe, foi meticulosamente planeado para reflectir os principios filosóficos e religiosos, e sobre todos os simbolismos a majestade do poder Imperial, desde, cores, números, métricas... Por exemplo, dragão e o amarelo significam imperador, fénix significa imperatriz, as galerias dos pátios estão distribuidas em grupos de três, representando o Céu. As residências do Pátio Interior, por outro lado, estão organizadas em grupos de seis, representando a Terra. Os telhados de arestas inclinadas dos edifícios estão decoradas com uma linha de estatuetas. O número de estatuetas representa o estatuto do edifício — um edifício secundário deve ter 3 ou 5. A Galeria da Harmonia Suprema tem 10, o único edifício no país com permissão para ter tal número... etc etc etc.




Atravessando o palácio de norte a sul chegámos à Porta da Paz Celestial (em chinês: Tiananmen), atravessando e saindo assim da cidade proibida chegamos a Tiananmen Square. Esta praça a maior praça urbana do mundo é famosa pois uma série de eventos históricos se passaram ali o mais conhecido internacionalmente foi o protesto de 1989 devido ao massacre e morte de muitos protestantes.






Outro sítio obrigatório em Pequim é o Temple of Heaven é um complexo de edificios taoistas que eram visitados pelos imperadores das Dinastias Ming e Qing durante as cerimónias anuais de oração para boas colheitas. Também aqui há muitos simbolismos, a Terra era representada por um quadrado e o céu por um circulo e várias características do complexo simbolizam a ligação entre os dois, por exemplo um templo circular num terreiro quadrado. O número 9 representa o Imperador pelo que encontramos combinações deste nº em vários edificios. Depois há pilares em nº de 4, 12 e 12 que representam as estações, os doze meses e as doze horas chinesas. O azul dos telahdos representa o céu, etc etc etc






Beihai Park (Parque do Lago Norte), situa-se a oeste da cidade proibida e tem uma área de 68 hectares mais de metade destes ocupados pelo lago. O parque é um bonito jardim imperial chinês onde a sensação de espaço e tranquilidade imperam.








E em Pequim vai-se ver a Ópera de Pequim! Utilizam para se exprimirem: música e fala dança de representação e combate representado com acrobacias. Tudo isto de um modo muito suave quase sem se mostrar esforço algum. Usam as cores para demostrar a personalidade da personagem, muitas vezes as caras dos actores são pintadas com este objectivo, por exemplo preto justiça, encarnado coragem, etc... estas cores ajudam a identificar o papel mesmo com poucas palavras proferidas.





Um dos sítios que achei mais bonitos foi o Summer Palace apesar das fotografias não terem beneficiado com o mau tempo ainda dá para ter uma noção da beleza destes jardins designados da " Harmonia cuidada", do palácio na colina da longevidade, do lago Kunming e de todos os pavilhões, pontes, templos e pontes. Faz parte da lista de Patrimonio Mundial pela UNESCO sendo considerado uma obra de arte do design chinês de jardins.








Como não podia deixar de ser reservei um dia para visitar a Muralha da China que é uma impressionante estrutura de arquitetura militar construída durante a China Imperial. Na realidade consiste em diversas muralhas, construídas por várias dinastias ao longo de cerca de dois milênios. Começou a ser erguida por volta de 220 a.C. por determinação do primeiro imperador chinês, Qin Shihuang. Embora a Dinastia Qin não tenha deixado relatos sobre as técnicas construtivas que empregou e nem sobre o número de trabalhadores envolvidos, sabe-se que a obra aproveitou uma série de fortificações construídas por reinos anteriores, sendo o aparelho dos muros constituído por grandes blocos de pedra, ligados por argamassa feita de barro. Com aproximadamente três mil quilômetros de extensão à época, a sua função era a de conter as constantes invasões dos povos ao Norte.
Com a morte do imperador Ch'in, iniciou-se na China um período de agitações políticas e de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados. Com a ascensão da Dinastia Han ao poder, por volta de 205 a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram retomados ao longo dos séculos até ao seu esplendor na Dinastia Ming, por volta do século XV, quando adquiriu as atuais feições e uma extensão de cerca de sete mil quilômetros, estendendo-se de Shanghai, a leste, a Jiayu, a oeste, atravessando quatro províncias (Hebei, Shanxi, Shaanxi e Gansu) e duas regiões autônomas (Mongólia e Ningxia).
A magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada.
Por não se tratar de uma estrutura única, as características da Grande Muralha variam, de acordo com a região em que os diferentes troços se inscrevem. Por exemplo, perto de Pequim, os muros foram construídos com blocos de pedras de calcário; em outras regiões, podem ser encontrados o granito ou tijolos no aparelho das muralhas; nas regiões mais ocidentais, de desertos onde os materiais são mais escassos, os muros foram construídos com vários elementos, entre os quais faxina (galhos de plantas enfeixados). Em geral os muros apresentam uma largura média de sete metros na base e de seis metros no topo, alçando-se a uma altura média de sete metros e meio.
Além dos muros, em posição dominante sobre os terrenos, a muralha compreende ainda elementos como portas, torres de vigilância e fortes.
As torres, cujo número é estimado por alguns autores em cerca de quarenta mil, permitiam a observação da aproximação e movimentação do inimigo. As sentinelas que as guarneciam serviam-se de um sistema de comunicações que empregava bandeiras coloridas, sinais de fumaça e fogos. De planta quadrada, atingiam até dez metros de altura, divididas internamente. No pavimento inferior podiam ser encontrados alojamentos para os soldados, estábulos para os animais e depósitos de armas e suprimentos.
Os fortes guarneciam posições estratégicas, como passos entre as montanhas. Eram dotados de escadas para a infantaria e de rampas para a cavalaria, funcionando como bases de operação. Eram dominados por uma torre de planta quadrada, que se elevava a até doze metros de altura, e defendiam grandes portões de madeira. (in: wikipédia)

Adorei estar ali, já quando estive no cabo da boa esperança senti o mesmo, são locais de que falámos na escola que fazem parte do nosso imaginário e de repente estão ali... estamos lá! Como fui numa "excursão" tive direito a guia... e como era a única da "excursão" tive direito a uma boa sessão de fotografias! LOL





Há vários sitios onde se pode visitar a muralha e optei pelo que os entendidos diziam ser o mais bonito e radical... basicamente a parte radical tem a ver com o facto de se poder subir de teleférico e de se poder descer de toboggan... nem hesitei! Foi muito divertido, especialmente porque ia a tirar fotografias e filmar ao mesmo tempo... ehehe





Já cá em baixo visitei um pequeno jardim adorável...





E passei pelo mercado onde experimentei todo o tipo possível de frutos secos, desde, kiwi, a tudo mais que se possa imaginar, que bom! :-)


 


Como era a única da excursão tive direito a tratamento especial, uma guia e um carro com motorista por minha conta... Assim depois de um excelente almoço lá os convenci a mudar o programa e em vez de passarmos por uma casa de chá e por outro sitio que não me interessava muito e que já nem sei o que era... Pedi para passarmos por dois sítios que gostava de visitar um deles era uma Fábrica de Seda.
Os tecidos em seda apareceram na China, possivelmente entre 6000-3000 ac eram reservados aos imperadores e a sua produção era um segredo bem guardado pelos chineses. Com o passar do tempo a sua produção tornou-se comum em vários países da ásia nomeadamente a India. Os fios de seda têm uma estrutura que lhes permite reflectir a luz em diversos angulos o que dá ao tecido o brilho característico.

A seda é uma fibra proteica que se obtém-se a partir dos casulos do bicho-da-seda. Cada casulo de bicho-da-seda é composto de apenas um longo fio de aproximadamente 1.200 metros. O bicho-da-seda é criado aos milhares e após 30 dias em que se alimenta apenas de folhas de amoreira o bicho tece o seu casulo onde se irá transformar em crisálida. Antes que isto aconteça e os bichos saiam dos casulos, estes são mergulhados em água a ferver... depois ou são desfiados para produzir seda para fazer tecidos ou no caso do que vimos nas fotografias são esticados de modo a produzir várias camadas de seda que fazem os edredons. São necessários cerca de 5 kg de casulos para produzir 1 kg de seda em bruto. No caso da seda selvagem permite-se que as crisálidas saiam do casulo quebrando assim o contínuo do fio de seda e produzindo uma seda mais dificil de tingir mas poupando os bichos ao martirio... A produção da seda em que a larva é morta tem sido criticada por defensores dos direitos dos animais e pelo próprio Mahatama Gandhi que criticava a produção da seda defendendo o princípio corrente na India de não magoar nada vivo.







E o segundo sítio era um hospital de medicina tradicional chinesa. Esta medicina está baseada no conceito filosofico de que o corpo humano é um pequeno universo com um conjunto complexo e sofisticado de sistemas interligados que devem funcionar num equilibrio para manter a função saudável do corpo humano. O equilibrio do ying e yang é considerado de modo a respeitar o qi (energia espiritual), sangue, e fluidos, os cinco elementos, as emoções e a alma ou espírito. Usam um modelo do corpo focado em meridianos e tratam o corpo como um sistema ao invés do sistema ocidental que divide o corpo em partes.

O diagnóstico segue uma prespectiva macro da doença, sendo que observam os sintomas a um nível global. Há 4 métodos de diagonóstico: observar, ouvir e cheirar, saber do histórico e o toque, pela leitura do pulso. São precisos muitos anos para que estes médicos consigam entender a total complexidade dos sintomas e consequentes diagonosticos. Normalmente utilizam esta medicina em conjugação com a medicina ocidental. Gostei muito de ir e ficar a conhecer mas quanto ao diagonóstico, na minha opinião, que vale pelo que vale e que se baseia nesta experiência única: não me convenceu...






3. XI'AN 西安

A minha 3ª escala foi Xian, o que me levou lá foram os famosos: Guerreiros de Terracota, é uma coleção de mais de oito mil figuras de guerreiros e cavalos em terracota, em tamanho natural, encontradas próximas do mausoléu do primeiro imperador da China. As imagens em terracota foram enterradas junto ao mausoléu do primeiro imperador, Qin Shihuang em c. 209-210 a.C. e foram descobertas em março de 1974 por agricultores locais que escavavam um poço de água a leste do monte Lishan, uma elevação de terra feita por mãos humanas e que contém a necrópole do primeiro imperador da dinastia Qin.

A tumba fica perto de uma pirâmide de terra com 47 metros de altura e 2,18 quilómetros quadrados de área, mas ainda não foi devidamente explorada por se temer que a erosão provocada por chuvas possa danificá-la. O complexo do mausoléu foi construído para se assemelhar a um palácio ou corte imperial. É dividido em vários ambientes, salas e outras estruturas e cercado por uma muralha com diversos portões. Seria protegido pelo exército de soldados em terracota. ,Os restos de muitos artesãos e suas ferramentas foram encontrados, o que faz acreditar que tenham sido enterrados com o imperador para impedir que revelassem as riquezas ou as entradas aos salteadores.

 A estrada a caminho do parque fez-me lembrar África e o contraste com o recinto é impresionante.




As escavações arqueológicas dos soldados de terracota ainda estão em curso, 30 após sua descoberta. Isto se deve à fragilidade natural do material e sua difícil preservação. Terracota é literalmente terra assada, em fornos com temperatura relativamente baixa. Após queimar cada figura, ela era coberta com uma camada de laca, para aumentar a durabilidade. Eram também coloridas para aumentar o realismo da aparência das figuras e de suas roupas e equipamentos. Algumas peças ainda retém traços da pintura, mas a exposição ao ar rapidamente causa o descascamento ou descoloração.

Foram escavadas até o momento 8.099, incluindo soldados, arqueiros e oficiais, e foram todas feitas em poses naturais. Cada figura porta armas reais como lanças, arcos ou espadas de bronze. Acredita-se que estas armas foram feitas antes de 228 a.C. e podem ter sido usadas na guerra. Carruagens feitas com grande precisão e detalhes também foram incluídas como parte do exército do imperador Qin.

As figuras de terracota foram encontradas em três diferentes trincheiras, e uma quarta foi encontrada vazia. Acredita-se que a trincheira maior, contendo mais de 6000 figuras de soldados, carruagens e cavalos, representavam a armada principal do primeiro imperador. A segunda trincheira continha cerca de 1400 figuras da cavalaria e infantaria, também com carros e cavalos, representava a guarda militar. A terceira continha a unidade de comando, com oficiais de alto nível, oficiais intermediários e um carro de guerra puxado por quatro cavalos. É a menor, com 68 figuras.




Ainda no complexo pude visitar algumas exposições de arte, gostei imenso.






Quanto a Xian, cidade, disseram-me que não tinha nada de muito especial, as minhas espectativas eram baixissimas, só lá fiquei um dia mas adorei! Primeiro diverti-me imenso na estação queria deixar lá a mala mas tinha de tirar tudo para fora para o controlo, as senhoras eram uma simpatia e achavam graça ao que ia tirando da mochila e às minhas tentativas de fazer conversa com elas... quando entendiam era uma festa... Na visita à cidade que fiz, sem mapa... guiei-me por um mapa de rua em chinês eheh. Pude ver uma vez mais muito do que torna a china um sitio diferente e especial, a simpatia das pessoas, os mares de gente que se sentam sem cerimónias à porta da estaçao de comboios e fazem piqueniques, dormem, conversam,... à espera da sua vez de embarcarem. As pessoas a jogarem e dormitarem na rua. Uma cabra em plena rua amarrada a uma arvore tal cão... Um mar de motas... Uma farmácia chinesa... E os fantasticos edificios orientais espalhados pela cidade.




Também achei imensa piada a duas rotundas, uma pela passagem superior, como que um segundo piso da rotunda, para peões. A outra pela fabulosa Bell Tower no meio dela.




Apesar de tudo isto nunca pensei que me fosse divertir ainda mais em Xian... mas quando fui visitar a Big Wild Goose Pagoda, deparei-me com um magnifico espectáculo de água, a música era divinal e adorei! Ainda por ali entretive-me a observar os inúmeros e originais papagaios que enchiam o céu.




Mas ainda me diverti mais, quando dou com uma feira e decido atirar uns dardos a uns baloes e umas bolas a umas latas... ganhei para espanto dos chineses que ali estavam dois peluches, um em cada uma das tentativas eheh. Ainda fui ver um "cinema" à antiga e assisti a um pouco de um espectáculo de uma marca de bebidas com música ao vivo e animação...




Ainda em Xian estava eu à procura de um internet café, antes de seguir para apanhar o comboio para o próximo destino, quando encontro um europeu a quem pergunto se conhecia algum, era espanhol, Andrés, que estava lá em trabalho e deixou-me utilizar a sala de informática do hotel onde estava a viver. Mais uma vez sempre que precisava de alguma coisa aparecia alguém com a resposta... é dificil sentir-me sozinha nestas viagens aparecem sempre pessoas simpáticas e interessantes pelo caminho como é o caso do Andrés de quem fiquei amiga.


4. CHENDGU 成都 (Província: Sichuan)

Em Xian apanhei mais um comboio noturno para a minha 4ª escala Chengdu. Esta viagem foi um pouco mais longa normalmente chegava aos meus destinos por voltas das 6 am, mas neste caso ia chegar depois de almoço. Assim aproveitei para tirar algumas fotografias e por almoçar no comboio. Note-se na 3ª fotografia as casas construídas na rocha, vê-se bastante na China e é uma autêntico desafio às leis da gravidade...

Ainda no comboio aproveitei para perguntar a um Chinês que viajava com o filho pequeno se conhecia algum hotel na cidade que me aconselhasse... disse que sim... quando chegámos a Chengdu pede ao amigo que o tinha ido buscar para segurar a minha mochila (enquanto me ia dar explicações - pensei eu), quando dei por mim estava no carro do amigo com o chinês, a mulher do chinês e o filho... lá entendi que me iam levar a um hotel... lá chegámos e saem todos do carro comigo e o amigo tira a minha mochila da mala do carro para a levar... chegamos á recepção todos os 5 e dizem-lhes que não podem aceitar hospedes estrangeiros... lá voltamos todos para o carro... isto repete-se mais duas vezes... sempre com todos a entrarem e sairem do carro e mochila também... já só dava para rir e já não sabia o que fazer para que não estivessem a perder tanto tempo comigo... nem por nada me deixaram até que lá encontrámos um hotel! por 4 euros com computador e internet no quarto imaginem! O mais engraçado foi que quando me deram a chave os chineses (não melembro de nomes...) para meu espanto vieram comigo, achei que me iam mostrar onde era o quarto... mas não ficaram por aí e entraram pelo quarto dentro a ver tudo e a mostrarem, amorosos, o mais engraçado foi quando se sentam todos na minha cama enquanto o chinês do comboio confirma se tenho mesmo internet... de rir... tive que lhes tirar uma fotografia! E ainda me telefonaram no dia seguinte para saberem de mim... acho... eheh porque ao tel é que não nos entendemos mesmo ehehe




No dia seguinte lá fui ao que me levou a Chendgu - os Pandas!

O panda-gigante é um mamífero da família dos ursídeos, endêmico da República Popular da China. Da xiong mao (大熊猫), o nome em chinês para o panda, significa grande urso-gato. O nome em latim Ailuropoda melanoleuca quer dizer pé de gato preto e branco. A palavra panda significa algo parecido com "comedor de bambu".

Apesar de pertencer à ordem dos Carnívoros, o panda é um animal herbívoro, alimentando-se quase que exclusivamente de bambu (99% de sua dieta). O seu sistema digestivo não é plenamente adaptado a quebrar as moléculas de celulose, contidas no bambu o que leva ao panda consumir cerca de 40 kg de bambu em cerca de 14 horas.

A baixa taxa de natalidade, a alta taxa de mortalidade infantil e a destruição de seu ambiente natural colocam o panda sob ameaça de extinção. A caça não representa problemas devido às rígidas leis chinesas. Em 1995, um fazendeiro foi sentenciado a prisão perpétua por ter disparado sobre um panda. No ano seguinte, dois homens foram condenados a morte após serem presos transportando peles de panda e macaco-dourado. A partir de 1997 passou-se a punir os infratores com uma pena de 20 anos de prisão.

Estudos em 2006 indicam que possam haver pelo menos 3.000 animais em liberdade. Existem 183 pandas-gigantes em cativeiro na China, 100 dos quais, estão neste centro especializado em Chengdu-Sichuan. Outros 20 espécimes encontram-se distribuídos pelos principais zoológicos do mundo.

O panda-vermelho é nativo das regiões montanhosas do Himalaia e do sul da China. Possui uma coloração castanho-avermelhada característica, cauda comprida e felpuda e um andar gingado devido ao encurtamento dos membros dianteiros. Sua alimentação é principalmente composta por bambu.

Na China é chamado de Pequeno Urso Gato, em chinês: 小熊貓, "pequeno urso-gato", de 小, pinyin xiǎo, "pequeno", 熊, xióng, "urso"; e 猫, māo, "gato".
Assim como o panda gigante é uma espécie protegida.




O parque onde estão estes pandas é bastante grande e tem jardins e um lago muito bonitos.





5. LESHAN 乐山(Província: Sichuan)



O Grande Buda de Leshan - Dafo Leshan - é a maior estátua de Buda do mundo, com 71 metros de altura. Foi declarado Património Mundial da Unesco em 1996.

A estátua foi construída na dinastia Tang. Um monge Haitong decidiu construir uma grande estátua para evitar as cheias dos rios. Ele passou a pedir esmola em todo o país. Quando voltou à montanha, ele foi extorquido por um funcionário local. Haitong ficou muito zangado e arrancou seus olhos para proteger o que havia arrecadado. Finalmente, o funcionário saiu e não levou nada. Mas, depois de construir a cabeça da estátua, o monge morreu. Com os esforços das duas gerações, depois de mais ou menos 90 anos, a construção do ídolo finalmente terminou.

É uma sensação brutal estar ali ao lado daquele Buda Gigante! Normalmente não gosto de ver fotografias dos sítios que vou visitar, gosto de ser surpreendida, de ir sem expectativas e de sentir aquele impacto de "tchan"... No caso do Dafo de Leshan, nas minhas pesquisas na internet não consegui evitar ver uma fotografia deste monumento fantástico. Achei que ia sentir uma termenda desilusão quando lá chegasse, mas não, talvez tivesse sido mais giro ir na ignorância, mas nada se compara ao estar ali, adorei, mesmo com aquelas escadarias todas... ehehe (uns eheh para o Manele... para não se queixar de que agora tem sido só wikipédia e poucos ehehe ;-))




O Buda Gigante está situado num complexo que engloba um jardim, uma série de estatuas de budas e outras estátuas construidos nas rochas, o que é muito vulgar na China, e um templo que gostei imenso de visitar pela riqueza e beleza do seu interior mas acima de tudo pela sensação de paz e tranquilidade que senti ali. Penso que as fotografias do terreiro conseguem transparecer um pouco desta atmosfera absolutamente celeste!





6. EMEI 峨嵋 e PANZHIHUA 攀枝花 (Província: Sichuan)

O Buda de Leshan de que falei acima, está virado para o famoso Monte Emei, aliás tanto o Buda como o Monte Emei fazem parte de uma mesma região que está listada pela UNESCO como Património da Humanidade. Infelizmente o tempo não dá para tudo (tinha uma viagem marcada com amigos na ilha do Bornéu na Malásia e ainda tinha de atravessar o Vietname) e fui tendo de fazer algumas opções, gostava de me ter aventurado pelo Monte Emei, local onde se encontra o primeiro templo budista chinês, construido no séc. I e onde existem cerca de 70 templos e mosteiros budistas dos periodos Ming e Qing, quase todos localizados no topo da montanha, mas acabei por seguir caminho, fica para a próxima... Deixo contudo umas fotografias da internet...




Já preparada para seguir viagem diriji-me à vila de Emei para apanhar um comboio para Panzhihua. Na estação, dizem-me que tinha de esperar quase 24h pelo comboio... (bem o dizem-me é uma forma de falar, isto lido aqui até parece que é simples obter esta informação de uma chinesa no fim do mundo que não falava de todo inglês... eheh) Meia desesperada meia desconfiada (aquela linha de comboio era a única na região qualquer comboio que fosse para sul tinha de passar ali... como era possivel que só houvesse um dentro de 24h??), bem mas como dizia, meia desesperada sentei-me a olhar para o mapa a ver quais eram as minhas alternativas para não perder um dia num sítio sem interesse queria seguir caminho e estava por tudo...

Nisto aparece ao meu lado uma rapariga chinesa que como falava um pouco de inglês veio meter conversa comigo. Era muito comum isto acontecer, quando sabem falar inglês gostam de meter conversa e normalmente são bastante simpáticos e prestáveis. Lá lhe contei que na estação me tinham dito que não havia comboios e ela diz-me que havia, que ela própria ia apanhar um nessa noite... Lá fico a pensar que ou não entendi bem na estação (apesar de ter repetido várias vezes "bu Panzhihua jintian?" - Não Panzhihua hoje?" e ela me ter acenado em concordância)... Mistério...

Peço-lhe para vir comigo à biheteira para o confronto verbal (I whished lol) com a senhora da bilheteira... Lá se entenderam e conclusão: não havia era lugares, na concepção dela, apropriados para turistas, os lugares que tinham disponíveis e eram bilhetes "no seat" um bocadinho diferente de não haver comboios/lugares... Apesar de não fazer bem ideia do que "no seat" podia implicar, lá perguntei à rapariga se havia mal em ir assim, disse-me que claro que não (não que me tenha convencido muito mas só uma opinião radicalmente negativa me poderia demover), assim e com falta de palavras para a descompor a vendedora lá fiz uma cara de zangada e comprei o bilhete... ehehe

Por esta altura da viagem já andava meia enjoada com a comida que era normalmente doce ou estremamente picante, o arroz até se comia mas a carne era mais complicado... enquanto não me fartei do doce tudo bem, mas quando me fartei foi pior... Na China têm a teoria que a comida tem de ter doce, picante, salgado e amargo/ácido ou seja um destes 4 elementos para o equilibrio ying yang... Bem, estava com fome e com algum tempo para matar antes do comboio chegar e decido entrar num pequeno supermercado junto à estação. Começo a olhar à volta a tentar ver se encontrava algum rótulo em que desse para ver se era picante ou doce e para mim era tudo... chinês!! Vá-se entender ehehe

Quem me conhece bem sabe que apesar de magra como bastante e já andava a desesperar por um bom bife! Determinada a matar a fome decido que não saio dali sem alguma comida decente... então depois de ter visto os rótulos todos sem conclusão, começo a tentar perguntar às raparigas que lá trabalhavam o que daquela comida não era nem doce nem picante... lá pegava em coisas que sabia que eram picantes e dizia hot e depois apontava para mim e dizia bu hot, bu significa não... lá fiz uma cara de quem não gosta e ao fim de vários exemplos e tentativas em que só faltou fazer o pino, lá entenderam e corrreram comigo as pratateleiras a dizer o que não era picante nem doce... eheh

Mas a aventura em Emei não acaba aqui. Já na estação quando está para chegar o comboio, vem uma empregada separar para a esquerda (bem afastados) os cerca de 10 que tinham lugar "no seat" começo a pensar mais seriamente no que me espera... Pelo sim pelo não lá começo a meter conversa com uns rapazes que estavam atrás de mim, a tentar saber o que ia acontecer... será que tinha de ir em pé?? (era uma noite de viagem...) será que tinha que correr para arranjar algum sitio (já imaginava chão...) para me sentar?? Bem o comboio lá chega e entro... deparo-me com uma carruagem com bancos (uff) mas com uma data de gente que está ali como quem está em casa, ( a dormirem a comerem e sei lá que mais...) a olhar para mim, o poder da sugestão e o não conseguir olhar senão de um modo geral e meio indirecto para as pessoas, fez-me pensar que me olhavam com ar ameaçador, como que canibais... lol Na verdade não é devem estar habituados a ver turistas ocidentais naqueles lugares...

Bem, virei-me para trás e começo a dar aquele ar de que estou com os rapazes, estilo: vamos por aqui? lol Correu bem eles começaram a tratar-me como parte do grupo e chamam-me quando descobrem uns lugares próximos que davam para todos. Deviam ter uns 20 anos e notavam-se que eram extremamente bem educados. Lá fui com eles mas iam sair do comboio por volta da meia-noite eu ia sair por volta das 6 am, mesmo sem lhes pedir asseguraram-se que um senhor tomaria conta de mim, isto não não significa que precisava disso por ser perigoso, simplesmente não fazia ideia onde teria de sair... ( eheh Cada vez que entrava num comboio tinha que garantir que alguém me avisasse quando tinha de sair especialmente quando as viagens eram a meio da noite...)

Quando eles sairam saiu muita gente e lá arranjei um banco corrido só para mim, saquei da minha almofada e saco cama e deitei-me. Só acordei passado umas horas com um toque no ombro. O meu protector avisa-me que estou quase a chegar... O quase demorou mais de uma hora... lol mas tive direito a uma maça de pequeno almoço descascada com a navalha do meu benfeitor! eheh

Quando saio do comboio em Panzhishua deparo-me com um dia chuvoso e cinzento apanho um autocarro para Lijiang, pelo menos é o que eu acho... pareceu-me um pouco barato demais...

Na China funciona um pouco como em África... há pessoas que quando chega um comboio ou autocarro vem ter connosco, perguntam para onde vamos e dirigem-nos para os autocarros com quem trabalham para os encherem o mais possivel de inicio ficamos meio desconfiados, questionamo-nos se nos entenderam, mas vamos vendo que eles sabem o que fazem e o sistema funciona e entregamo-nos...

Assim lá fui atrás do rapaz que me pegou na mala e a colocou no autocarro onde entrei... ainda assim ia meia desconfiada, tinha sido barato de mais... mas um casal de turistas franceses que iam para o mesmo sítio também tinha vindo... Contudo passados poucos minutos mandam-nos sair, tinhamos apanhado um transfer da estação de comboios para a de autocarros (já me tinha ocorrido mas tinha ar de autocarro de longo curso), e indicam-nos as bilheteiras... É engraçado que às tantas nos sentimos como fazendo parte de um sistema de produção em que as peças vão no corredor e são dirigidas para onde devem ir e nem tem que saber nada... Lá fui comprar o outro bilhete agora sim para Lijiang.




Nas cerca de 6h a 8h de viagem que deve ter custado menos de 10 euros, subimos a montanha,a maior parte do tempo ao longo de um rio, por caminhos ingremes debaixo de uma chuva intensa constante. As paisagens de verde e terra em alguns sítios eram soberbas! Houve alturas em que fizeram lembrar a América do Sul.




A meio da viagem infindável (valeu-me conseguir dormir, felizmente uns bons bocados, tenho uma boa vantagem desde que esteja em algum transporte em movimento se quiser dormir normalmente consigo fazê-lo basta querer... eheh) como estava a dizer, a meio parámos para um almoço interessante... uma casa junto à estrada no meio da montanha, gente a cozinhar na rua, um buffet lá dentro no mínimo duvidoso... uma espécie de alguidares com umas "mixórdias" que não se sabe o que são e que nem vale a pena tentar descobrir e para variar tudo picanteeeee!
Nota-se nesta fase da viagem que aquele meu espírito de: "tão giro a comida aqui é tão diferente quero comer o que os chineses comem", começou a evoluir para uma onda de: "onde está um macdonald por favor!!eheh Mas aventura é aventura e apesar de continuar esfomeada achei gira a experiência... foram-me valendo umas bolachas enjoativas que comprei numa outra paragem, tinham ar de ter estado na loja e ao sol há meio século mas sobrevivência é sobrevivência lol... Diga-se que tenho sempre a onda de que se eles comem não deve matar, e como em todas as viagens, esta incluida, nunca houve nada que me tenha feito mal não tenho a mania de só comer o que a ASAE aprova... eheh





7. LIJIANG 丽江 (Província: Yunnan)

Uma cidade considerada património mundial pela UNESCO. Dizem ser a cidade antiga mais bem conservada na china. Como sabem grande parte do património chinês e o pouco que sobrou é de apreciar. Lijiang era uma cidade de comércio na rota do chá. A zona antiga da cidade é famosa pelos canais e pontes. É uma cidade onde sentimos o sabor da china antiga apesar de ser diferente das tradicionais cidades chinesas. A china é um país enorme e cada provincia tem a sua própria cultura fruto das influências de povos vizinhos mais próximos ou com maior influência em cada região.

A Região de Lijiang é habitada pelos Naxi um das 55 minorias étnicas da china. A sua cultura absorveu aspectos da cultura do tibet e das planicies centrais da zona centro e sul do rio amarelo. Muitas das inúmeras lembranças que se podem comprar aqui estão marcadas com os hieroglifos desta cultura designada cultura Dongba. Na realidade esta zona antiga apesar de interessantíssima parece mais um local de turismo ocidental, repleto de lojas e restaurantes e turistas, para quem está há bastante tempo na china pode parecer um bom escape.

As duas primeiras fotografias são da cidade as seguintes da "Old Town". As etiquetas penduradas são mensagens e desejos daqueles que aqui passam muito comuns em alguns locais que vi na ásia.




As danças típicas, o coméricio diverso e uns doces bastante bons que pareciam casulos feitos de fios com uma espécie de goma com frutos secos. Muito bons mas também muito enjoativos. Lembro-me que comi uns 3 e dei o resto da caixa ao taxista...




Também tive que provar este fruto semelhante a coco... Confesso que a água de coco não é das minhas preferidas e esta também não me convenceu... dei uns goles para provar e nada mais... Nesta altura da viagem já sonhava como contei com carne de preferência sem picante e Lijiang foi o sítio ideal para dar satisafação ao meu apetite! Durante uns dias que se seguiram bem que tive saudades das óptimas espetadas que comi ali!

Acho que já contei que fiz questão de provar tudo o que encontrava de diferente mesmo comida à venda na rua. Mas confesso que houve uma excepção... Não tive coragem de comer minhocas ou larvas ou o que eram aqueles bichos expostos ao lado de uns camarões... Não consegui!




À volta de Lijiang, existem locais soberbos mas não fiquei por lá muito tempo para ver muitos sítios que valeriam com certeza a pena. Um dos lugares obrigatórios é uma jardim junto à cidade antiga, quando cheguei já estava a fechar e não consegui entrar. Um turista, kenneth , não me recordo de que nacionalidade, ainda me tentou mostrar um atalho para ver a paisagem sem ter de entrar no parque, lá fui atrás dele e ainda pensei umas vezes se tinha sido boa ideia quando me vi metida no meio do mato mas não era nenhum serial killer, uff, foi simpatiquíssimo e ainda me enviou umas fotografias que englobei nestas próximas:




Outra aventura foi a ida de Lijiang para a próxima paragem - Kunming. Achei que um autocarro "sleeping bus" soava bem e que à semelhança dos comboios os lugares com camas seriam melhores e lá comprei o bilhete, deve ter sido barato, como todos, por isso o facto não me levantou suspeitas... bem a verdade é que era péssimo... uma data de camas ao longo de todo o autocarro com uns colchões e cobertores com um aspecto bastante duvidoso. Mas áquela hora já não tinha alternativas e lá fui juntamente com um misto de chineses barulhentos e turistas ensonados. Fiquei ao lado de umas chinesas com umas miúdas aquele grupo de 4 eram umas gralhas e já estava a desesperar quando lá se calaram! Os chineses em especial as mulheres falam bastante alto e são um bastante estridentes... Optei por saltar uma paragem - Dali - mas deixo aqui uma fotografia e segui para Kunmimng.




8. KUNMING 昆明 (Província: Yunnan)


É a capital da provincia. Como tem um clima temperado chamam-lhe a "cidade da primavera eterna". Kunming é o centro político, económico e cultural de Yunnan, aqui podem encontrar-se museus, universidades, galerias, empresas, indústrias etc. Está localizada num planalto a 1900 m acima do mar e mesmo a norte do trópico de cancer. Está rodeada pelo Lago Dian a sul e montanhas nas restantes direcções. Este lago chamado a "pérola do planalto" com 340 km2 é o 6º lago de água fresca na China.

Quanto à primeira impressão de quem chega, é uma cidade normal, tipicamente asiática. Não tem a meu entender grande interesse mas foi onde pude tratar de pôr a roupa toda numa lavandaria, tratar do visto para o vietname. O hotel onde fiquei foi-me indicado por um senhor que encontrei à saída do autocarro e que trabalhava lá oa pé. Encontrei-o várias vezes casulamente e acabou por ser de certo modo o meu guia na medida em que me ia explicando onde eram os sitios onde queria ir. Foi também ele que me indicou um sítio com internet, um "games arcade" semelhante a alguns que já tinha visto em Shangai e que tinha uns 1000 computadores onde uma série de jovens jogavam e acediam à internet. O prato que está na fotografia mostra um dos meus pequenos almoços no hotel.




A minha paragem nesta cidade tinha como objectivo visitar a "Floresta de Pedra" - Shilin - a cerca de 90km de Kunming. É o maior conjunto de formações cársticas da região e como as pedras parecem emergir da terra como estalagmite, assemelhando-se a árvores, criam a ilusão de uma floresta feita de pedras. A área tem cerca de 2600 km2 e acredita-se ter mais de 270 milhões de anos.






9. KAIYUAN 开远 (Província: Yunnan)

Quando regressei a Kunming para apanhar um comboio para a fronteira com o Vietname soube que não havia comboios. achei que tinha a ver com questões relacionadas com os jogos olimpicos que tinham originado uma série de retrições nos transportes. Arranjei um autocarro para sul e continuei o caminho. Já não me recordo muito bem mas tive de parar numa cidade a meio do caminho, local onde apanharia outro autocarro. Sei que foi um pouco confuso explicar para onde queria ir mas lá consegui. Acho que não me estou a enganar no nome da terra... não o escrevi e não tenho o mapa da china que usei comigo.

Mal cheguei fui cirecta à estação de autocarros e só tinha um na manhã seguinte. Perguntei por um hotel e indicam-me um ali mesmo dentro da estação...meia desconfiada mas achando que era uma óptima localização tendo em conta que na manhã seguinte partiria dali, pedi para ver um quarto e fiquei.




Aproveitei ver a terra e apanhei um tuck-tuck para algum lugar com internet. Antes de entrar na "games arcade" acabei por visitar um mercado, bastante interessante mas com um cheiro insuportável e dar uma volta por ali.

Quando sai da internet reparei que já era tardissimo e como estava com imensa fome lá procurei um restaurante. para meu desespero estava tudo fechado. Apanhei um taxi para a estação e também não havia nada por ali. Peço-lhe para voltar para trás pois tinha visto pelo caminho gente a comer na rua. pedi para parar e quando vi um bife lindo (lol) em cima de um grelhador nem hesitei e perguntei se podia jantar ali com eles no meio da rua ehehe disseram que sim e lá fiquei eu, a cozinheira e uns 6 homens todos preparados para um óptimo jantar! Nem estava a acreditar que ia comer um bife!!! Entre a conversa meia chinesa-inglesa-gestos e caretas lá fomos falando. Enquanto esperava pelo bife foram-me dando outras coisas para provar e comecei a ficar preocupada... estava tudo picantíssimo, mas picantíssimo mesmo, imaginem como se comessem picante à collher sem mais nada... até o chá me parecia picante! Ainda tinha esperança que o meu bife estivesse normal mas não... estava igual... não imaginam a fome que eu tinha e o sacrificio que fui fazendo para comer mas o meu estomago parecia que ardia! Há quem diga que usam muito o picante porque mata tudo o que é micróbios mas eu naquele momento até estava capaz de comer as minhocas do outro dia cheias de micróbios desde que não tivessem picantes! Bem lá comi enquanto consegui e lá me despedi dos meus amigos e fui dormir a sonhar com um hamburger do mac donalds! ehehe





10. HEKOU YAO 河口瑶族自治县 (
Província: Yunnan)

The Hekou Yao é um município autónomo no sul da china e que faz fronteira com o Vietname. Era onde tinha decidido passar a fronteira na manhã seguinte à minha chegada.

A viagem até lá fui pautada pelo mau tempo e por alguns edifícios bastante que achei bastante fora do contexto. Parámos pelo caminho e à falta de melhores opções almocei ovos cozidos, amendoins cozidos e umas bolachas de chocolate... confesso que continuava a sonhar com um bife! Mal cheguei a Hekou tive por isso duas preocupações arranjar um quarto e carne! lol Como estava a chover a potes pedi ao senhor do taxi para me levar a um hotel perto da fronteira e levou-me a uma pensão de uns amigos... à primeira vista era uma loja que tinha quartos lá para dentro... confesso que era assustadora mas era realmente perto da fronteira... e até estava curiosa pedi para ver o quarto escolhi o melhor no último andar com varanda e lá fiquei afinal queria era encontrar um bife! Como continuava a chover sem parar agarrei num chapéu-de-chuva que tinha comprado em Berlim e lá corri as ruas... não havia nada! perguntei por um mac donalds e não entendiam dei por mim a fazer desenhos de um hamburger e só me mandavam para pastelarias... por mim lá encontrei uma rapariga que me disse que me levava a um fast food e lá a segui... não havia bifes mas havia umas cochas de frango que me contorci para explicar que eram sem picante a sério não que me fizesse mal mas já estava mesmo farta de comida picante e doce! Comi o melhor frango da minha vida, repeti e ainda trouxe um take away just in case e voltei debaixo da chuva intensa para o quarto. Nessa noite adormeci a assistir à abertura dos jogos olimpicos em chinês e mesmo antes de seguir para o Vietname.




11. Macau e Hong Kong (Província Chinesa de Cantão)

Na China ainda visitei Macau e Hong Kong mas como são consideradas regiões administrativas especiais e como as visitei mais no fim da viagem, não as apresento já, deixo-as para depois, e assim a apresentação no blog fica pela ordem cronológica.

Muito ficou por ver. Umas vezes tive de optar pois ainda queria conhecer outros países. Outras vezes porque não consegui como foi o caso do Tibete. Outras vezes porque achei que não eram lugares para me aventurar sozinha nem tanto pelo perigo mas porque há coisas que é mais fácil e giro fazer com outras pessoas, assim deixei algumas montanhas, deserto e outros de lugares mais recônditos para a próxima...

Daqui segui para o Vietname, saibam como fui resgatada por um helicóptero do meio de uma tempestade tropical... no respectivo post... (Ser resgatada do vietname num helicóptero militar juntamente com americanos... onde é que eu já vi isto? lol)

3 comments:

rpb said...

Bom saber que trazes muitas e boas memórias aqui da Ásia. Espero encontrar-te por aqui novamente e em breve!
Bjs,
Rui

Nuno Barreiros said...

Fantástico!!!!
29 September 2008 15:26

O Alfaiate Lisboeta said...

acho que foi precisamente pouco tempo dps de Maputo que te re(conheci). não foram precisos mais de 15 minutos para percebeer que "nunca precisaste de grandes desculpas para viajar" :)
5 July 2009 10:38